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Colapso no returno e desgaste: os motivos da demissão de Luxa no Sport

Luxemburgo passou 5 meses no Sport em seu primeiro trabalho no Nordeste - Clélio Tomaz/AGIF
Luxemburgo passou 5 meses no Sport em seu primeiro trabalho no Nordeste Imagem: Clélio Tomaz/AGIF

Roberto Oliveira

Colaboração com o UOL, em Recife

27/10/2017 06h40

O colapso do time do Sport no segundo turno do Brasileirão e o desgaste de Vanderlei Luxemburgo no clube foram decisivos para demissão do treinador após a derrota em casa por 2 a 0 contra o Junior de Barranquilla, na noite da última quinta-feira (26), pelo jogo de ida das quartas de final da Sul-Americana

Embora o time tenha sido completamente dominado na Ilha do Retiro e o adversário pudesse até ter construído placar mais elástico, o desempenho abaixo da crítica na noite de quinta foi apenas a gota d’água, uma oportunidade encontrada pela diretoria, para demissão do treinador. O Sport é o lanterna do returno do Brasileirão.

“Em momentos difíceis, temos que tomar posições que achamos corretas. De público, queria agradecer a Vanderlei aqui. É um profissional competente, se dedicou muito, abraçou a causa do clube. Ele encaixou perfeitamente dentro do espírito do Sport. Mas infelizmente tivemos uma retrospectiva do segundo turno que deixou a desejar”, explicou Gustavo Dubeux, vice-presidente do Sport.

“Quero colocar que a posição nossa não foi em relação a esse jogo. Porque o Junior Barranquilla é muito bom, o melhor da competição. Deverá ser campeão”, acrescentou o cartola que também já foi presidente do clube.

Aproveitamento de 21% e desgaste com elenco

Após viver a expectativa de se classificar à Libertadores na primeira metade do Brasileirão, com Sport brigando por vaga no G-6, o time entrou em colapso no segundo turno da competição.

Além do desempenho ruim da equipe, sem inspiração nem organização em campo, os números falam por si. Foram seis derrotas, quatro empates e apenas uma vitória, somando sete pontos em 11 jogos - aproveitamento de 21%. O pior do campeonato no returno.

Nesse período, o Sport viveu jejum de nove jogos no Brasileirão e viu alguns dos seus principais jogadores, como Diego Souza e Rithely, caírem de produção. A chegada do volante Wesley, que havia saído pelas portas dos fundos de Palmeiras e São Paulo e desembarcou na Ilha respaldado por Luxa, também não surtiu efeito.

Além da falta de resultados, outro motivo da demissão de Luxa foi a perda do “encantamento” dos jogadores com o experiente e vitorioso treinador. O principal marco do desgaste na relação entre comandante e comandados aconteceu na derrota por 5 a 0 do Sport contra o Grêmio, depois da qual vazou um áudio de Luxa cobrando os jogadores no vestiário.

O próprio Luxa admitiu em entrevista coletiva posterior que o tom da cobrança e o vazamento do áudio deixaram algumas cicatrizes nos jogadores. A partir de então, os elogios rasgados dos atletas ao trabalho do treinador nas entrevistas coletivas, tão comum até ali, foram rareando.

Houve, inclusive, quem defendesse a saída do treinador internamente no clube na ocasião. A relação entre Vanderlei e o elenco já não era mais a mesma do início da primeira passagem do treinador pelo futebol nordestino.

Luxemburgo deixa o Sport com aproveitamento geral de 40,2%. Em 34 jogos no clube, ele acumulou 11 vitórias, oito empates e 15 derrotas. Com ele, deixam o clube também o auxiliar Júnior Lopes e o coordenador de preparação física Antônio Mello. Daniel Paulista, da comissão técnica permanente, comandará a equipe até o fim do Brasileirão.