Com veto de Mustafá ao profissionalismo, Palmeiras discute novo estatuto
O Conselho Deliberativo do Palmeiras se reunirá de maneira extraordinária, no próximo dia 31, para votar alterações para o novo estatuto do clube, bandeira levantada pelos presidentes Paulo Nobre e, agora, Mauricio Galiotte. Serão apresentadas mudanças votadas anteriormente por um grupo restrito de conselheiros; entre eles, Mustafá Contursi, que conseguiu barrar as alterações no texto que diziam respeito ao profissionalismo.
Envolvido em recente polêmica sobre a venda irregular de ingressos - uma pessoa disponibilizou ingressos repassados por Mustafá para venda ilegal em frente ao Allianz Parque -, o ex-presidente foi indicado pelo Conselho de Orientação Fiscal para participar da comissão que definiu os itens a serem votados na próxima semana no clube.
Sob forte influência dele, o texto de alterações enviado para a votação dos conselheiros não tinha itens primordiais para a profissionalização do clube e oxigenação do Conselho. Os itens que contemplariam esse tema são diminuição de vitalícios, diminuição de diretores estatutários, regras de conflitos de interesses e a obrigação de profissionais em determinadas áreas.
O grupo decidiu não levar essas atualizações à pauta sob a justificativa de que serão discutidos no Conselho apenas itens em que já há um consenso, o que não é verdade. Na última quinta-feira, inclusive, um grupo de oposicionistas protocolou uma série de emendas em relação ao que será votado no dia 31, pedindo alterações no texto e alegando que algumas trocas não haviam feito parte das propostas iniciais.
Além de Mustafá, outras seis pessoas formaram a comissão coordenada por Seraphim Del Grande, presidente do CD palmeirense. Foram duas indicações do COF, duas da diretoria e três do Conselho.
Devem entrar em votação, no dia 31, três artigos que não alteram tanto a dinâmica do clube: a redução dos vice-presidentes executivos (são quatro atualmente); a mudança da data para a aprovação do balanço financeiro do clube de janeiro para março (a fim de os conselheiros receberem o estudo em fevereiro e possuírem um mês para analisarem antes da aprovação); e a mudança no período para associados votarem e se candidatarem a cargos dentro do clube.
O tempo de associação gerou polêmica recente dentro do Palmeiras, justamente na última eleição para o Conselho Deliberativo. Atualmente são necessários oito anos para que um sócio possa se candidatar - e três para poder votar. Leila Pereira, proprietária da Crefisa, patrocinadora palmeirense, teve a candidatura questionada por, supostamente, não possuir tempo necessário de adesão.
São necessários 143 votos para a aprovação dos artigos que serão levados aos conselheiros na próxima segunda-feira. Outros itens, ainda sem consenso da comissão que conta com Mustafá Contursi, vão ser discutidos e devem apresentados somente no próximo ano, o último da gestão de Mauricio Galiotte no clube.
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