Como Paulinho evoluiu seu jogo e foi de piada a protagonista na Espanha
Não faz muito tempo, Paulinho era apresentado no Barcelona sob desconfiança da torcida e da imprensa espanhola. Na primeira aparição com a camisa azul-grená, errou uma embaixadinha; na internet, memes tiravam sarro dos 40 milhões de euros gastos pelo clube para tirá-lo do futebol chinês. Pouco mais de dois meses depois, porém, os adjetivos usados para se referir ao jogador mudaram drasticamente – e para melhor.
"Grata surpresa", "contundente", "milagroso" e "protagonista" são alguns dos termos que os jornais espanhóis têm usado para classificar as atuações de Paulinho. Mas como o titular da seleção brasileira conseguiu virar o jogo? Acrescentou algo novo ao Barça ou se adaptou ao estilo do time catalão? A resposta: as duas coisas.
Jogo físico e faro goleador
Desde a primeira vez que falou de Paulinho, o técnico Ernesto Valverde bateu na tecla de que o volante daria a ele uma opção de jogo que não existia no elenco do Barça. O estilo físico do brasileiro, duro na marcação e com fôlego para ir e vir durante 90 minutos, era algo diferente do que os demais meio-campistas do time ofereciam.
A mudança mais óbvia que Paulinho levou ao time é facilmente constatada pelos números: gols. Ele já é o vice-artilheiro do time na temporada ao lado de Suárez, com três bolas na rede, atrás apenas de Lionel Messi. As chegadas à área no timing preciso para finalizar, além da força no jogo aéreo, fazem com que o Barça não seja dependente de seus atacantes para marcar, como em temporadas anteriores.
Defensivamente, o estilo de marcação forte de Paulinho também destoa de seus companheiros. Principal volante do time, Busquets é mais um leitor de jogadas, especialista em interceptações, enquanto Rakitic e Iniesta se concentram mais em fechar espaços do que partir para o combate físico. Já o brasileiro não tem medo de ir para o choque e tentar o desarme – tanto que o meia Denis Suárez já o definiu como "um animal".
Distribuição de jogo e precisão nos passes
Paulinho não é um meio-campista típico do Barcelona. Ele não tem como principais características a construção com passes curtos, a movimentação constante para dar opções aos companheiros e a visão de jogo, consagradas por ídolos como Xavi e Iniesta. Mas o brasileiro mostrou que, além de dar coisas novas ao time, também pode adaptar seu estilo para encaixar no modelo.
A participação de Paulinho na distribuição de jogo no meio-campo tem surpreendido os espanhóis. O atleta tem se apresentado bem, fazendo a bola circular com eficiência. Se não dá passes espetaculares, também erra pouco, e mantém a posse com o Barça. Na vitória sobre o Olympiacos na Liga dos Campeões, por exemplo, ele foi o jogador que mais deu passes (108), com uma taxa de 96% de acerto.
Paulinho não virou um construtor de jogo de um dia para o outro, e é claro que seus melhores momentos ainda são quando a equipe acelera em vez de cadenciar. Mas, aos 29 anos, o volante mostra, no Barça e na seleção brasileira, que nunca é tarde para evoluir e refinar elementos de seu jogo. O fracasso no Tottenham em uma de suas experiências na Europa, entre 2013 e 2015, é coisa do passado.
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