Ex-Chape, herói do América-MG chora ao lembrar de "vidas destroçadas"
Autor do gol que deu o título da Série B do Campeonato Brasileiro ao América-MG, o zagueiro Rafael Lima se emocionou ao relembrar, em entrevista da “ESPN Brasil”, das vítimas do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense. O jogador fazia parte do elenco do clube há um ano, mas foi cortado da viagem que acabou em tragédia com a morte de 71 pessoas em Medellín, na Colômbia.
O zagueiro chorou ao relembrar particularmente do preparador físico Anderson Paixão, com quem mantinha uma relação próxima. Até hoje ele mantém contato com o pai de Anderson, o também preparador físico Paulo Paixão.
“Impossível me afastar... Tenho contato com muitos ainda, em especial com o Paulo Paixão (pai) e a Uli (Ulrike Ohlweiler, viúva de Anderson). O Anderson Paixão era um diferencial e ele fez com que muitos chegassem ao máximo do potencial. A Uli e o Paulo Paixão sempre mandaram mensagens durante esse ano. São realmente muitas vidas destroçadas. E depois de um ano ainda não entendemos por que e o que aconteceu. Para quem estava fora, já muda a vida, e imagina para nós que estávamos perto”, disse, chorando, à "ESPN Brasil".
Hoje no América-MG, Rafael Lima disse que nos cinco anos que jogou na Chapecoense construiu relações de amizades. E citou particularidades de sua passagem pelo clube.
“Sinto falta do elo que criamos, de irmandade, de todos se respeitando, independente do Cleber Santana ou do menino que estava começando. Todos se tratavam igual. Quem convive dentro do futebol sabe como é difícil gerir um grupo. E lá, nos cinco anos, sempre colocamos o clube à frente, e não a individualidade. Sinto falto das confraternizações. Realmente teve esse vínculo de um respeitando o outro, conhecendo a família do outro, não poderia correr pouco no campo porque a família do companheiro do lado precisava do meu esforço”, disse.
Sobre o gol do título no último sábado, Rafael Lima disse que foi a coroação de um ano de sucesso no América-MG. Além da vaga na Série A, o clube mineiro garantiu a conquista da competição.
"Certeza não só pelo título, mas depois do acidente passava pela minha cabeça todos os dias o que aconteceu, os irmãos que perdi, grandes amigos. Tive a chance de reiniciar no América, e quis o destino que fosse coroado num ano bacana com um gol de título e levantando o troféu", disse.
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