Flu vê dívida subir e projeta fundo de investimento para torcedores
Um raio-x da delicada situação financeira do Fluminense foi exposto na noite de terça-feira, data da última reunião do Conselho Deliberativo do Tricolor. Apesar dos cortes e tentativas de enxugamento feitas pela gestão de Pedro Abad, a dívida do Flu já pulou para R$ 440 milhões desde que o novo mandatário assumiu. No último balanço financeiro, os débitos tricolores atingiam R$ 434 milhões. As cifras ainda poderão ter alterações até o fim do exercício atual.
Ainda que não seja visto como a salvação da lavoura para todos os problemas do clube, um fundo de investimentos será lançado para a captação de recursos com torcedores. Em parceria com o Banco Plural, o Tricolor pretende colocar este novo produto no mercado, que prevê uma arrecadação por meio de depósitos de torcedores.
O clube disponibilizará à instituição financeira um banco de dados com 130 mil CPF's cadastrados. Pela previsão de Diogo Bueno, vice-presidente de finanças do Fluminense, a expectativa é que R$ 100 milhões ao ano sejam levantados, dos quais apenas 1% iriam para os cofres tricolores.
Para conseguir terminar o ano com um pouco mais de tranquilidade, Bueno informou aos conselheiros que precisará tomar um novo empréstimo de R$ 3 milhões, medida que ainda terá de ser aprovada. Se algo pode ser comemorado, o Flu ao menos festeja a expectativa da redução de déficit, já que os R$ 76 milhões previstos pelo ano devem ter uma queda de cerca de R$ 20 milhões.
Iniciativa que gerou polêmica entre conselheiros, a ideia de vender 50 cotas de R$ 1 milhão para tricolores mais abastados foi arquivada. Com receitas na casa de R$ 270 milhões, Bueno afirmou que o Flu só terá um pouco mais de paz quando atingir um patamar de R$ 330 milhões.
Sufocado por cobranças de todo lado, o passivo trabalhista do clube assusta. Apenas em ações desta natureza, o Flu tem uma conta de R$ 40 milhões a pagar. Este montante explica-se em grande parte a acordos não cumpridos com jogadores que passaram pelo clube nos últimos anos.
Toda esta situação financeira impacta diretamente no time, que cobra direitos de imagem, além de férias e 13º salário referentes ao ano passado. Com pouco poder de fogo para investir, o Flu terá de usar a cabeça para qualificar o time para a próxima temporada. Trocas de peças que tenham valor de mercado são um caminho que deve ser seguido, especialmente de nomes que tenham salários incompatíveis com a realidade atual do clube.
Ainda na luta por uma vaga na Copa Sul-Americana, o Fluminense retoma nesta quinta mais um dia de trabalho de 2017. No domingo, o Tricolor encara o Atlético-GO, às 17h, no Estádio Olímpico. O técnico Abel Braga ainda avalia a sua permanência para o próximo ano.
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