Reação do São Paulo teve plantões no CT e analistas "sem tempo" para rivais
O talento de Hernanes e Cueva, a liderança de Petros e Sidão, a força de Jucilei, a ação de Lugano nos bastidores... Esses são fatores que ajudaram o São Paulo a escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro e que deixaram em segundo plano a comissão técnica ao longo dos últimos cinco meses. No ano mais difícil da história do Tricolor, Dorival Júnior e companhia precisaram colocar em prática um trabalho minucioso para salvar o clube.
Quando o treinador chegou ao São Paulo, o time já estava na zona de rebaixamento, mas não se imaginava tamanha dificuldade para colocar as coisas em ordem. A equipe era dispersa em campo e no dia a dia, apresentava muitos problemas de posicionamento e postura e não conseguia vencer. Era preciso esquecer algumas mudanças táticas mais complexas apresentadas na primeira semana de treinos e partir para métodos mais simples até encontrar mais segurança.
Dorival, Lucas Silvestre e Léo Porto, seus auxiliares, passaram a chegar por volta das 8h ao CT da Barra Funda. Os treinos da semana já estavam programados, mas a cada dia era preciso preparar o campo para cada tipo de trabalho. Os jogadores chegavam, treinavam e eram filmados. A comissão recolhia o vídeo, assistia, identificava os erros, pensava em soluções e adaptava os treinamentos seguintes para tentar fazer as correções necessárias. Muitas vezes deixavam o CT somente após às 22h.
Com tantos problemas a resolver, os analistas de desempenho trocaram o escritório pelo campo. Luiz Felipe Baptista e Raony Thadeu foram integrados aos treinos, ajudando a orientar os atletas e organizar as atividades. Depois, apresentavam as imagens colhidas por Romildo Ferreira a Dorival e auxiliavam a propor soluções e treinos específicos.
A exigência era tão grande para analisar o próprio São Paulo que o tempo para observar adversários e futuros reforços ficou escasso durante o período mais crítico no Brasileirão. Aos poucos, com o time já mais bem postado e com resultados melhores, a rotina da comissão foi se abrandando. Dorival conseguiu dar treinos táticos mais complexos, os analistas puderam coletar mais informações de adversários e já voltar os olhos para o mercado.
Essa operação especial não foi vista somente nos treinos. A diretoria reformulou as áreas de preparação física e fisiologia, ampliando o aparato tecnológico e renovando os profissionais. O time ganhou em potência e o número de lesões caiu, com elogios feitos também à ação do departamento médico. O doutor José Sanchez, por exemplo, esteve sempre próximo de Dorival e do coordenador científico Altamiro Bottino para acompanhar exames e avaliações clínicas dos jogadores. Quem também suou foi a psicóloga Anahy Couto, considerada primordial para ajudar os atletas a se acalmarem diante da pressão vivida pelo Tricolor e resgatar a confiança de um time que passou 14 rodadas na zona de rebaixamento.
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