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Promotoria dos Estados Unidos vê Fifa como vítima em escândalo de corrupção

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, é um dos réus do processo - Felipe Dana-27.mar.2014/AP
José Maria Marin, ex-presidente da CBF, é um dos réus do processo Imagem: Felipe Dana-27.mar.2014/AP

James Cimino

Colaboração para o UOL, em Nova York (EUA)

13/12/2017 15h05

Nesta quarta-feira (13), foram iniciadas as considerações finais do julgamento dos casos de pagamento de propina para cessão de direitos de transmissão de torneios de futebol que tem José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como um dos réus. A promotoria, ligada ao governo dos Estados Unidos, vê a Fifa como vítima dos casos de corrupção, e não parte acusada na Suprema Corte do Brooklyn.

Em suas considerações finais, a promotoria fez uma recapitulação das acusações, resumindo tudo o que o governo tenta provar. A equipe diz ter evidências de que as empresas usadas no pagamento das propinas existiram, que se envolveram em atividades de comércio exterior, que os acusados se associaram a elas pela prática de pagamentos ilegais, que os acusados participaram de reuniões e negócios da empresa e que os acusados concordam que pelo menos um outro co-conspirador tenha participado da conspiração.

Em outras palavras, basta provar que os réus eram coniventes do pagamento de propinas, sem que necessariamente tenham participado diretamente deles. A promotoria ainda tenta provar que os acusados estavam cientes de dois ou mais pagamentos do tipo, sendo que o mais recente aconteceu nos últimos dez anos; que tenham relação com as propinas e que elas tenham se estendido por um período substancial.

Além disso, a promotoria acredita que a Fifa é vítima do esquema, uma vez que seus interesses deveriam ser a prioridade dos acusados, e não a obtenção de lucro pessoal. 

Além de Marin, são réus do processo Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, e Juan Ángel Naput, ex-presidente da Conmebol. A expectativa é de que a juíza Pamela Chen entregue o caso ao júri até o fim da semana.