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Torcida "geromista" celebra desarmes e pisão de capitão em CR7

Amigos Geromel - Adriano Wilkson/UOL - Adriano Wilkson/UOL
Imagem: Adriano Wilkson/UOL

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

16/12/2017 17h17

Cerca de 30 amigos de infância de Pedro Geromel se reuniram no bar do Bigode, um boteco na zona norte de São Paulo, enquanto o zagueiro e capitão gremista tentava conquistar o título mundial em Abu Dhabi.

Mesmo frustrada com a derrota gremista por 1 a 0 para o Real Madrid, a torcida do capitão prometeu uma recepção calorosa assim Geromel puser os pés na capital paulista.

Em uma das paredes do bar, uma faixa feita para a final da Libertadores desejava "força Geromito" e saudava o filho ilustre do bairro como "o novo capitão América". Nenhum dos amigos do zagueiro é gremista, mas muitos usavam camiseta tricolor, presente que o capitão lhes deu em visitas ao bairro onde ainda moram seus pais.

Na falta de gols, a torcida geromista comemorou muito cada desarme do capitão e cada chutão para a lateral. Um dos momentos mais celebrados foi um lance logo no primeiro minuto de jogo em que Geromel deu um pisão na panturrilha de Cristiano Ronaldo. "Tem que chegar logo assim para ele entender que não tem ninguém admirando ele ali", disse Filipe Belluzzo ao analisar um replay do lance.

Amigos Geromel faixa - Adriano Wilkson/UOL - Adriano Wilkson/UOL
Imagem: Adriano Wilkson/UOL

O bar do Bigode é um dos locais favoritos de Geromel na Vila Maria e ponto de encontro com os amigos. O dono, um são-paulino fanático, tem sofrido pressão dos frequentadores para pintar as paredes em azul e preto - hoje elas são vermelhas. Na infância Geromel era palmeirense e costumava frequentar o Parque Antártica, assim como o Canindé para ver a Portuguesa, clube pelo qual começou a jogar.

A casa onde Geromel viveu até a adolescência fica em uma rua próxima do bar, assim como o colégio onde estudou. Neste sábado, seus amigos tomaram cerca de 150 garrafas de cerveja e assaram 30 quilos de carne.

Durante o jogo, seus amigos lembraram histórias e apelidos de infância, como no dia em que o "narigudo" marcou dois gols de falta em um jogo de várzea pelo time do bairro. Hoje zagueiro, Geromel costuma jogar de centroavante na várzea.

Quando "Agostinho Carrara" partiu para cima do juiz em Abu Dhabi reclamando da marcação de uma falta em Cristiano Ronaldo, um de seus camaradas estranhou. "O Pedro não fala alto nem com a mulher dele, vai falar alto com o juiz...", brincou um colega.

No momento seguinte, Cristiano Ronaldo cobraria a falta no meio da barreira gremista para fazer o gol da vitória do Real.

No jogo mais importante da carreira de Geromel, Rodrigo Babu lembrava os perrengues que ambos passaram no começo da vida no futebol. Ele aos 18 anos e Geromel aos 17 foram ao interior de Portugal tentar a vida e sofreram com a ausência da família e dos amigos no Brasil.

"Ele teve que abdicar da convivência com a gente e com os pais por causa da carreira, por isso sempre que pode gosta de estar aqui com os amigos. A maior diversão dele é sair com o pessoal e ficar vendo a gente brincando, fazendo palhaçada", diz o antigo lateral, que desistiu de ser jogador após a experiência em Portugal.

Geromel persistiu e logo foi contratado pelo megaempresário Jorge Mendes, o mesmo agente de Cristiano Ronaldo. Vendido ao Vitória de Guimarães, começou a fazer seu nome no futebol europeu e rodou pela Alemanha e pela Espanha antes de ser comprado pelo Grêmio, como uma aposta de Luiz Felipe Scolari e do volante Zé Roberto, que o conheciam da Europa.

Mesmo com a derrota em Abu Dhabi, seus amigos prometem receber o "capitão América" calorosamente no começo da próxima semana, quando ele voltará a São Paulo para passar as férias ao lado dos pais e dos vizinhos de bairro.