Herói de título no Cruzeiro, Hudson fala em resgatar espírito copeiro no SP
Hudson deixou o São Paulo para defender o Cruzeiro na última semana de 2016. O volante havia perdido espaço no time, sofria com lesões e acabou trocado por Neilton, que não duraria seis meses no Tricolor. Um ano mais tarde, está de volta ao Morumbi, com uma imagem completamente diferente daquela deixada na transferência.
"O Hudson que vocês vão ver é um cara mais maduro. Melhor ainda do que em 2016, que foi meu melhor ano no São Paulo. Acho que é essa a imagem que ficou", disse o camisa 25, em entrevista ao UOL Esporte no CT da Barra Funda.
Em Minas Gerais, Hudson foi um dos heróis do título cruzeirense na Copa do Brasil ao marcar um gol decisivo na semifinal contra o Grêmio e converter um dos pênaltis na final contra o Flamengo. O bom desempenho causou longa negociação entre paulistas e mineiros e atraiu outros times no mercado. A torcida são-paulina via, de novo, um ex-jogador render mais e ser campeão atuando por adversários, como se tornou rotina nos últimos anos, e passou a pedir o retorno do volante. Agora, ele fala em entregar aos tricolores o mesmo espírito copeiro que o ajudou a prosperar em Belo Horizonte.
"O ambiente de trabalho é muito importante. Precisamos nos abraçar e olhar para uma direção só, independentemente de quem jogar ou não. Quando perde, perdem todos. Temos de ter essa consciência. O treinador tem de ter as escolhas dele e o grupo tem de trabalhar pelo melhor do São Paulo, saindo dessa situação de desconfiança para ser protagonista nos campeonatos. Essa é nossa missão. Que a gente se junte, forme um time unido e consiga transpor para campo a ideia da comissão técnica. Temos de nos acostumar a chegar em finais e estar na parte de cima das tabelas", projetou.
Na reta final da passagem pelo time celeste, Hudson sofreu grave lesão na coxa direita. A previsão mínima para voltar a jogar era de três meses, prazo que acaba nesta semana. O meio-campista de 29 anos segue programação especial para se livrar das dores que ainda o atrapalham, mas espera voltar a jogar em breve: "Eu trabalhei nas férias de quatro a cinco vezes por semana, com uma programação passada pela fisioterapia do Cruzeiro e pelo Ricardo Sasaki (chefe do Reffis no São Paulo). Fiz o máximo para voltar da melhor maneira possível, porque foi uma lesão um pouco grave".
Veja, abaixo, os principais trechos da conversa:
Conversa com Ceni e saída
Lembro que já tinha sido procurado duas vezes e o Gustavo [Vieira de Oliveira, diretor à época] barrou. Aí em dezembro de 2016, pouco antes do Natal, meu empresário ligou para dizer que de novo o Cruzeiro tinha procurado o São Paulo. E que naquele momento o São Paulo tinha interesse, por querer o Neilton. Eu falei para o Luciano (Couto, o agente) que ia ligar para o Rogério [Ceni] para saber a opinião dele. Ele disse que contava comigo, mas que estava buscando um homem de beirada, e me deixou à vontade para escolher. Acabei tomando a decisão de ir para o Cruzeiro. E graças a Deus fui feliz.
Passagem pelo Cruzeiro
Foi um ano que me surpreendeu, melhor do que o esperado. O Cruzeiro é um grande time, mas foi uma surpresa sair do São Paulo naquele momento. Eu tinha acabado de renovar meu contrato. Foi um ano bom, que foi evidenciado pela campanha na Copa do Brasil. Lá tive sequência e a grande maioria apreciava meu trabalho. Voltei mais fortalecido do que saí. A gente sonha muito com o que acabei vivendo. Foi uma realização profissional tremenda ser um dos protagonistas, porque o time do Cruzeiro era homogêneo. Fiquei feliz demais e vi que minha carreira estava em uma crescente.
Novela sobre destino em 2018
Eles me chamaram depois do título da Copa do Brasil, me falaram para ficar tranquilo que iam resolver. Me chamaram várias vezes para tranquilizar. E tranquilo eu estava, por ter contrato com o São Paulo, um grande clube ao qual devo muito. Fui muito feliz aqui e estou feliz em voltar. Tinha essa oportunidade de ficar lá e essa demora incomodou, claro. Eu queria que as coisas tivessem se definido logo, para saber o que fazer da vida. Depois do título, veio a troca de diretoria e pode ter influenciado. Espero agora conquistar títulos no São Paulo, algo que ainda não tive.
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