Ele viveu três tragédias com torcidas no futebol britânico e virou filme
A história de Kenny Dalglish em campo já renderia um filme. Ídolo de Celtic e Liverpool como jogador e treinador, ele ganhou mais de 40 títulos, incluindo conquistas europeias e nacionais. Mas Kenny também precisou encarar a experiência de viver três das maiores tragédias envolvendo torcidas de futebol. E tudo isso virou um documentário: “Kenny”, lançado no fim do ano passado.
A triste coincidência em presenciar os três desastres começou quando ele foi com seu pai assistir a um clássico entre Celtic e Rangers. Escocês, Kenny tinha 19 anos e estava em início de carreira no Celtic.
Naquele 2 de janeiro de 1971, eles estavam no Ibrox Park quando 66 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas depois de um tumulto no fim da partida, em que dezenas de torcedores morreram asfixiados debaixo de outras pessoas em um dos acessos ao estádio.
Kenny se tornou um jogador importante no Celtic e foi contratado pelo Liverpool em 1977, transferência de valor recorde no futebol britânico daquela época. Fez gols importantes e conquistou título logo na primeira temporada, mostrando que a aposta valera a pena para o Liverpool.
Em 1985, então, Kenny viveu sua segunda experiência de ver uma tragédia em um campo de futebol. Ele estava em campo no desastre de Heysel, na final europeia entre Liverpool e Juventus. Naquele dia, 39 pessoas morreram depois de uma briga iniciada pela torcida inglesa.
“Não sabíamos que havia mortos”, relembra o ex-jogador no documentário, relatando a falta de informação por parte dos jogadores em campo.
Aquele jogo também marcou a demissão do técnico Joe Fagan do Liverpool e resultou no convite para Kenny assumir a função. Ele aceitou e se tornou um jogador-treinador. E foi nessa função, em 1989, que o ex-atacante viu de perto a maior tragédia do futebol inglês.
A tragédia de Hillsborough aconteceu em 15 de abril de 1989, em um jogo entre Nottingham Forest e Liverpool, e deixou 96 mortos. Uma confusão na entrada do estádio causada por invasão de torcedores e a consequente superlotação originou o famoso desastre.
Um dos filhos de Kenny estava na arquibancada, mas escapou sem ferimentos. A família, no entanto, já estava marcada por mais esse acontecimento. E quando o Liverpool abriu as portas de seu estádio na sequência para familiares e amigos das vítimas, o treinador fez questão de levar seus filhos.
Ele queria que sua família encarasse de frente aquela dor. “Era uma coisa que eu precisava fazer”, disse Kenny. O documentário ainda mostra outros momentos em família do personagem e conversas com ex-companheiros, mas foram as tragédias que causaram os momentos de mais dor nesse ídolo britânico.
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