Jardine cultiva essência do SP com 11 finais e "melhor sub-20 do país"
"Ganhamos um título contra o melhor time sub-20 do Brasil".
A frase de Maurício Souza resume bem a decisão da Copa São Paulo de Juniores da última quinta-feira. De acordo com o técnico do Flamengo, campeão graças à vitória por 1 a 0 no Pacaembu, o São Paulo é o time mais qualificado que atuou na competição. Em campo, apesar do resultado, o controle das ações foi do Tricolor, e isso é algo que André Jardine, que comanda o time júnior desde 2015, não abre mão. Aos 38 anos, ele tem como meta manter a essência do trabalho independentemente de resultados. Não que eles sejam ruins...
Em menos de três anos, Jardine já atingiu 11 finais de campeonato pelo sub-20 do São Paulo - uma delas é a Copinha de 2018, em que terminou como vice. Destas 11 decisões se acumulam sete títulos: Copa Ouro (2016), Campeonato Paulista (2016), Copa RS (2015 e 2017), Copa do Brasil (2015 e 2016) e Copa Libertadores (2016). A Copa São Paulo era tratada como uma espécie de "cereja do bolo", mas não foi erguida desta vez.
"Não temos o direito de ficar tristes e baixar a cabeça porque o trabalho é feito de vitórias e derrotas. Coragem não faltou e tenho certeza que o torcedor se identificou com o que viu desses garotos", discursou o treinador tricolor, que já havia tido passagens pela base do Internacional e do Grêmio e, no São Paulo, é visto internamente como sucessor natural de Dorival Júnior no comando dos profissionais.
A visão da diretoria tricolor, como explicado pelo UOL Esporte, é motivada pelo trabalho de Jardine na base, mas também por semelhanças com Dorival, especialmente na parte técnica. Ambos gostam que seus times preservem a posse de bola, usem um jogo de paciência, sem correr risco de perder a posse na incerteza de que seja possível infiltrar na defesa adversária, uso de zagueiro na lateral direita para lançar variações durante o jogo e a característica ofensividade.
Na Copinha, diante do Flamengo, o São Paulo mostrou tudo isso, por exemplo. Parado pela defesa carioca, com destaque para o goleiro Yago, o time paulista saiu de campo frustrado pelo vice, mas orgulhoso por não ter aberto mão de seu estilo ao longo dos últimos anos. O próximo grande objetivo é a Libertadores, que Jardine já conquistou uma vez e busca o bi a partir de 10 de fevereiro. Além do São Paulo, o Cruzeiro também representa o Brasil no torneio, que ocorre a cada dois anos e terá mais dez times de outros países.
Além dos resultados e competições, o trabalho do comandante é de formação para o elenco profissional. Já passaram pelas mãos dele nomes que nem estão mais no clube, como David Neres (Ajax-HOL), Luiz Araújo (Lille-FRA) e Lyanco (Torino-ITA), além de peças importantes do elenco atual, a exemplo de Lucas Fernandes, Shaylon e Éder Militão e outras em busca de espaço, como Lucas Paes, Lucas Perri, Rony, Júnior Tavares, Araruna, Pedro Augusto, Paulo Henrique, Caique, Paulinho Boia e Marquinhos Cipriano.
Em 2018 outros nomes virão, apoiados na essência de um trabalho duradouro, eficiente e reconhecido pela torcida, que cantou após o fim do jogo o hino do clube e uma homenagem ao "time de guerreiros".
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