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Como o "chororô" de Vinicius Júnior retomou o conflito entre Fla e Botafogo

Bernardo Gentile e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/02/2018 04h00

Um gol, uma comemoração alfinetando o rival e a paz entre Flamengo e Botafogo mais uma vez adiada. O veto do Alvinegro sobre a decisão da Taça Guanabara no estádio Nilton Santos (Engenhão) foi só o começo do novo capítulo da guerra que os clubes travam nos bastidores. Após uma tentativa recente de aproximação, o “chororô” de Vinicius Júnior azedou a relação entre as diretorias e encerrou qualquer tentativa de entendimento. O jogo foi para Cariacica, no Espírito Santo.

Até a semifinal vencida pelo Flamengo por 3 a 1, os clubes dialogavam sobre um pacote de jogos do Rubro-negro no Engenhão. A ideia do Botafogo era compensar o prejuízo com a eliminação para a Aparecidense na Copa do Brasil. O Alvinegro previa chegar nas oitavas de final e embolsar pelo menos R$ 8 milhões.

O objetivo caiu por terra. Abrir as portas do estádio para os rivais - também o Fluminense - apareceu como um caminho interessante. A ideia do Flamengo era realizar as partidas de baixo e médio apelo na Ilha do Urubu. O Nilton Santos seria a alternativa para jogos acima dos 30 mil pagantes, assim como o Maracanã ficaria para compromissos ainda maiores.

Tudo estava muito bem encaminhado até o belo chute de Vinicius Júnior entrar no ângulo esquerdo de Jefferson. A comemoração “chororô” levou os rubro-negros ao delírio e irritou bastante os botafoguenses. A partir daí, os bastidores de General Severiano fervilharam até a decisão de vetar o Engenhão ao rival.

O Botafogo não gostou nem um pouco da postura do Flamengo e esperava que o clube repudiasse a atitude da jovem promessa, o que não aconteceu. Assim, o Alvinegro decidiu dar um passo atrás na relação com o Rubro-negro.

Com Nelson Mufarrej, o Botafogo dava indícios claros de que teria diálogo com o Flamengo, ao contrário do que ocorria na gestão de Carlos Eduardo Pereira. Mas Vinicius Júnior e o “chororô” mudaram tudo isso. Vice-presidente de estádios do clube, Anderson Simões teve participação decisiva na decisão.

O veto não ficará restrito ao jogo decisivo da Taça Guanabara. O Botafogo aguarda uma retratação do Flamengo para retomar a relação comercial. Se isso ocorrer, o Alvinegro pode recuar e reabrir as conversas. Caso contrário, as portas do Nilton Santos estarão novamente fechadas ao Rubro-negro. Consultado pela reportagem, o Flamengo informou que não se manifestará sobre o episódio. Ou seja, os rivais continuam em lados opostos.