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Dezesseis feridos em tumulto em Sport x Santa deixam hospitais

RAFAEL MELO/RAW IMAGE/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: RAFAEL MELO/RAW IMAGE/ESTADÃO CONTEÚDO

Fábio de Mello Castanho

Do UOL, em São Paulo

08/03/2018 10h33

A Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco confirmou que os 16 torcedores que, segundo seu levantamento, foram levados às três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) mais próximas à Ilha do Retiro tiveram apenas ferimentos leves e há foram liberados. Eles foram atendidos depois da confusão ocorrida no setor de visitante no intervalo do empate por 1 a 1 entre Sport e Santa Cruz.

Na UPA de Torrões, cinco pessoas receberam cuidados e não precisaram ser transferidas para outros hospitais. Já na UPA de Caxangá, oito torcedores foram liberados ainda de madrugada após receberem os primeiros cuidados. Por último, outras três pessoas foram levadas para a UPA da Imbiribeira e também já foram liberadas.

Segundo informações da polícia, cerca de 60 pessoas foram socorridas ainda no gramado da Ilha do Retiro. Dentre elas, as que requeriam de maiores cuidados foram levadas a hospitais da região.

De acordo com relatos de pessoas presentes no estádio, os policiais usaram grande quantidade de gás de pimenta para intervir quando um torcedor tentou acender um sinalizador, objeto proibido em jogos de futebol.

O homem, que estava na parte superior, correu arquibancada abaixo e fez com que os demais torcedores do Santa Cruz, desesperados, caíssem em uma espécie de avalanche e se espremessem contra a grade.

A grade foi derrubada para que as pessoas atingidas pudessem sair para o campo, mas várias ultrapassaram a divisória mesmo sem necessidade. As ambulâncias não pararam de chegar ao estádio para atender aos torcedores.

Posição dos clubes e federação

Em nota, o Santa Cruz diz que vai prestar assistências aos torcedores feridos. “O clube vai prestar toda assistência aos torcedores que ficaram feridos. Temos a consciência e lutamos sempre para ter essa família coral ao lado do clube, e não afastá-la. Não é apontar erro para ninguém, mas como o torcedor entrou com sinalizador? Temos que repensar, evitar algumas situações. Pedimos tanto ao torcedor para comparecer. Diante de tantos fatos, será que ele se sente à vontade para sair de casa? Precisamos reduzir estas situações que afastam o torcedor de bem”, afirmou o presidente Constantino Junior.

Já o Sport disse que o esquema de segurança da Ilha do Retiro estava de acordo com o necessário para um jogo. "O clube explica que, em todas as partidas na Ilha do Retiro, adota medidas preventivas de segurança, como determinam as instituições competentes e a Legislação. Nesta quarta-feira, eram 4 ambulâncias privadas (cada uma com médico e enfermeiros) e 18 brigadistas particulares, capacitados para também prestarem os primeiros socorros. Na área externa, 120 homens reforçavam a segurança particular. Números bem superiores aos exigidos pela Lei em uma partida com pouco mais de 13 mil torcedores, como foi o clássico", diz a nota.

Por último, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF-PE) disse que o jogo só foi reiniciado após as garantias necessárias de segurança. "Todos os procedimentos de assistência e proteção à vida foram prestados aos torcedores durante o incidente e imediatamente o plano de ação do jogo elaborado em conjunto com as autoridades, entidade e do clube mandante foi acionado e mais ambulâncias foram disponibilizadas para o pronto atendimento aos torcedores dentro do campo. A partida somente foi reiniciada, com a garantia da contenção do tumulto, bem como da prestação do socorro necessário aos feridos, tanto que logo após o reinício não houve mais incidentes. É lamentável que episódios como esses continuem acontecendo no futebol. Continuaremos trabalhando pela paz dentro e fora dos campos".