Ilustre botafoguense, Bebeto ajudou finanças e "deu" Engenhão ao clube
Paulo Roberto de Freitas já nasceu com uma ligação íntima com o esporte. Antes mesmo de virar Bebeto, o sobrinho do treinador João Saldanha e primo do ex-jogador Heleno de Freitas via a essência esportiva de perto dentro de casa. Nascido em 1950, demorou a chegar ao futebol – teve passagem histórica pelo vôlei, ganhando a medalha de prata olímpica com técnico em 1984, em Los Angeles (Estados Unidos), e disputando os Jogos de 1976, em Montreal (Canadá). Mas quando chegou, fez história no clube de coração.
Após passagem como dirigente no Atlético-MG entre 1999 e 2001, o botafoguense Bebeto de Freitas chegou ao clube do coração em 2002. Depois de alguns meses como diretor em General Severiano, foi eleito presidente para o triênio 2003-04-05, sendo reeleito depois para comandar o Botafogo até 2008.
Nos seis anos à frente do Alvinegro carioca, o ex-jogador, técnico e dirigente iniciou uma reestruturação em um combalido clube. “Foi uma revolução ali”, se recorda o ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro.
Logo no primeiro ano, teve a missão de comandar o time na série B após o rebaixamento marcante em 2002. Remodelou o estádio Caio Martins e viu uma equipe aguerrida superar as dificuldades com estrutura para voltar à primeira divisão. Chegou a faltar água e material para treino, mas não futebol e vontade.
Ao reorganizar as finanças do clube no primeiro mandato, permitiu a montagem de um time razoavelmente competitivo em 2006, voltando a conquistar o Campeonato Carioca após nove anos. A boa fase se manteve em 2007 e 2008, quando venceu a Taça Rio e disputava o protagonismo no Rio de Janeiro com o Flamengo.
“Foi a pessoa que mais respeitei no meio do futebol. Um cara sério, de caráter ímpar. Estou muito abalado", disse, aos prantos, o ex-jogador Túlio, volante e peça fundamental daquele time.
Ainda em 2007, o grande “gol” de sua gestão. Bebeto de Freitas foi peça fundamental para que o Botafogo vencesse a disputa com o Fluminense e ficasse com a administração do Nilton Santos (Engenhão) por 20 anos. O clube de General Severiano, enfim, tinha um grande estádio para chamar de seu.
Impasses e advertência
Em 2008, no entanto, a bonita trajetória sofreu arranhões. Com suspeitas de irregularidades, deixou o clube sob fortes críticas e viu as contas do último ano de gestão serem rejeitadas. Em 2011, em votação no Conselho alvinegro, quase foi expulso do quadro social e ficou apenas com uma advertência.
Após o seu falecimento, o clube divulgou uma nota de pesar e decretou luto de três dias. Os três presidentes que lideraram o clube após Bebeto, no entanto, optaram por não falar sobre o caso. Carlos Eduardo Pereira pediu para não conceder entrevistas. A reportagem não conseguiu fazer contato com o presidente Nelson Mufarrej. Já Maurício Assumpção preferiu não se pronunciar e afirmou que prestou solidariedade a família por intermédio do Ricardo, filho do Bebeto, que trabalhou no clube durante sua gestão.
Apesar das discordâncias, o clube abriu as portas e o velório no Rio de Janeiro será realizado no salão nobre de General Severiano, provavelmente durante a tarde desta quarta-feira. Em Belo Horizonte, antes do traslado do corpo para a capital fluminense, também haverá um velório das 8h às 11h, no auditório Elias Kalil, localizado na sede administrativa do Atlético-MG no bairro de Lourdes. Ainda não há informações sobre o sepultamento, que deve ocorrer na quinta-feira.
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