Brasileiros do BMG chegam a acordo e encaminham compra de clube em Portugal
O Banco BMG já tem acordo e aguarda apenas o resultado das eleições presidenciais para concretizar a sua entrada no Vitória de Guimarães, quarto lugar na última temporada no futebol português.
O negócio representaria um salto de patamar para o BMG, que já possui um clube no interior de Minas Gerais, o Coimbra, e passaria a deter agora o controle majoritário das ações de uma das equipes mais tradicionais de Portugal como alicerce na captação e compra de jogadores. Os detalhes da operação foram alinhados com o presidente Júlio Mendes, candidato a reeleição. O pleito acontece no próximo sábado, dia 24.
Radicado na África do Sul, o empresário Mário Ferreira é hoje o principal acionista da SAD (sociedade anônima esportiva) do Vitória de Guimarães e foi procurado pelo BMG para vender a sua participação. Ele enfrenta problemas de saúde e não tem conseguido se deslocar para acompanhar o time mais de perto.
Perguntado pelo UOL Esporte a respeito do assunto, o mandatário Júlio Mendes confirmou inicialmente as reuniões, mas negou ter batido o martelo. Agora, o tom mudou. “Há um banco interessado em ajudar o Vitória a melhorar”, afirmou, sem especificar o nome do mesmo.
Ele teme o uso político da negociação na eleição do fim de semana. A parceria com o BMG é a aposta do cartola para aumentar o capital financeiro da SAD e fazê-lo saltar de 4,5 milhões de euros (R$ 17,8 milhões) para 20 milhões de euros (R$ 79 milhões) no orçamento anual. Em seu projeto para os próximos três anos, esse é um passo decisivo para o crescimento do clube.
Nas últimas cinco temporadas, o Vitória esteve na Liga Europa em três delas. Candidato da oposição, Júlio Vieira de Castro se manifestou contra o acordo do BMG e disparou contra a sua atuação no mercado.
Segundo ele, o projeto de Mendes depende de “um banco brasileiro com créditos firmados em construir entrepostos de jogadores por todos os clubes e sociedades por onde passa”. Ele prevê um investimento menos do BMG no Vitória: 5 milhões de euros (R$ 19,8 milhões) por ano.
O BMG é representado em suas conversas no futebol pelo empresário Giuliano Bertolucci, que atua com o iraniano Kia Joorabchian. O banco já desenha até mesmo o cenário como sócio majoritário da equipe, com Flávio Guimarães, filho do empresário Ricardo Guimarães, assumindo o novo braço esportivo da instituição em Portugal.
Conforme pessoas ligadas ao mecenas da dupla Atlético-MG e Cruzeiro, o acordo deverá ser anunciado oficialmente a partir do meio do ano, com a reabertura do calendário financeiro.
Além de sua força esportiva, o Vitória de Guimarães desperta a cobiça por ter as contas em dia, vindo, inclusive, de um lucro de 2,8 milhões de euros (R$ 10,6 milhões) na temporada passada, cifra recorde desde que se tornou uma sociedade anônima em 2013. Entre outros fatores, pesou a venda de atletas como os brasileiros Dalbert, hoje na Inter de Milão, e Tiquinho Soares, no Porto.
Sensação, o meia-atacante Raphinha, ex-Avaí, tem ida selada para o Sporting em uma transação de 6,5 milhões de euros (R$ 24,7 milhões) e se apresenta em agosto. A despeito da possível entrada do BMG, os vimarenses seguiriam, segundo o seu estatuto, com a decisão sobre os seus administradores. A equipe possui 40% das ações.
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