Política agita bastidores do Inter e arranha relações internas do clube
Em meio a comemoração pela vitória no Gre-Nal 415 e a tristeza pela eliminação no Campeonato Gaúcho sobrou tempo para o Inter analisar seu ambiente interno. Ir além de jogadores e esquemas, gols e jogos, mas pensar no âmbito político.
D'Alessandro, na última terça, já tinha se mostrado irritado. Disse, em longa entrevista coletiva, que os conselheiros que utilizavam os meios de comunicação e redes sociais para fazer cobranças tinham passado pelo clube sem ajudar, não conheciam os bastidores e deveriam tentar ajudar.
Depois do jogo, foi a vez de um ente político se expressar sobre o mesmo tema. Foi o vice de futebol Roberto Melo quem pareceu triste pelo ambiente tenso na política do Inter.
"Nos dói às vezes é sentir que se começamos a vencer, vencer, e depois perdemos uma partida, cai o mundo. E o pior é que isso parte de colorados, que deveriam ajudar e apoiar a equipe, o clube neste momento difícil. Mas ficam esperando o resultado negativo para ir para rede social, rádios, televisões, achar e dizer que tem que mudar tudo, que nada presta. A gente não fez isso em 2014. A gente perdeu a eleição, foi para casa, eu, o presidente Marcelo (Medeiros) e nunca em derrota do Inter fomos para mídia falar mal do clube. Isso dói porque parece que estas pessoas acham que não temos família, amigos que sofrem com a gente. Se o Inter não mudar neste sentido, e tem que mudar, vai demorar para sair desta situação de insucessos e mudanças", disse o dirigente.
O ambiente político do Inter não é nada bom. Em um ano eleitoral, já que o presidente Marcelo Medeiros tem fim de mandato em dezembro, o clube já iniciou o processo para sucessão e alianças são formadas nos bastidores atrás de assumir o poder através do voto dos associados.
E uma das estratégias dos oposicionistas é desmerecer o trabalho da atual gestão por meio de aberta campanha em redes sociais, principalmente.
"Eu acho que se a gente continuar, o clube continuar se degladiando dessa maneira, com pessoas que hoje não estão na gestão, e muitos já estiveram, muitos deles já estiveram aqui, não duraram muito, é verdade, seis meses, um pouco mais, e hoje tentam a todo momento derrubar. Isso machuca. No começo do ano todos elogiavam o time, o processo de mudanças que estamos fazendo. Vieram duas derrotas e saíram para apedrajar o que se construiu. Eu não tenho projeto pessoal no Inter. Talvez quem está lá fora tenha no Inter sua tábua de salvação, tenha este tipo de projeto. Essas pessoas deveriam estender a mão, ajudar o clube. Mas esperam a derrota, o momento frágil para querer derrubar treinador, dirigente, incitar manifestação em treino, em jogos", disse Melo.
Na última semana, aproximadamente 15 torcedores fizeram protesto em um treinamento do Inter e perto de 10 estiveram em outro também gritando palavras de ordem contra a gestão.
Com relações arranhadas no Conselho Deliberativo, o Inter crê que a única forma de melhorar a agremiação é procurando a união.
"Quando o Inter foi vencedor, fez isso. As pessoas caminhavam no mesmo sentido. E acho que podemos olhar nosso vizinho. Vivem um bom momento porque conseguiram fazer isso. Lamber suas feridas. Tenho um enorme respeito pelo Grêmio, eles estão vencendo há um, dois anos, não são 10. Porque se uniram. Nos preocupa, e casualmente é um ano político, e nós temos trabalho demais, e quem poderia nos ajudar puxa para baixo", finalizou.
Sem jogos no calendário, o Inter espera o dia 4 de abril para abrir a quarta fase da Copa do Brasil contra o Vitória.
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