Irmão de Moisés, Matheus brilha na Europa e planeja "alguma" seleção
Primeiro, Helton. Depois, Júlio César. E, por fim, Ederson. A exemplo dos três compatriotas com passagem por Portugal, mais um nome tem feito por merecer um lugar no radar da seleção brasileira para o seu gol no próximo ciclo: Matheus Magalhães.
Irmão do jogador do Palmeiras Moisés, o goleiro de 26 anos é um dos destaques da campanha avassaladora do Braga nesta reta final da temporada. Nos últimos seis jogos, a equipe goleou três vezes fora de casa (5 a 0 no Vitória de Guimarães, 6 a 0 no Estoril e 4 a 1 no Chaves), balançou as redes 20 vezes e viu o seu camisa 1 sofrer apenas um gol no período. Com a arrancada a sete rodadas do fim, o time entrou de vez na briga pela terceira posição com o Sporting, hoje quatro pontos à frente.
Matheus, claro, ficou ainda mais em evidência com o desempenho.
Na última semana, o jogador, que chegou ao Braga comprado por 2,4 milhões de euros ao América-MG ainda em 2014, teve o seu contrato renovado até 2023. Foi uma forma de reconhecer o seu trabalho e também de blindá-lo contra o assédio cada vez maior no mercado.
Ele desembarcou em Portugal após o luso-brasileiro Deco encaminhar oferta por meio de seu então empresário Roberto Assunção e dos ex-jogadores Geovanni e Fábio Júnior. Na altura, era considerado o melhor goleiro com idade olímpica no Brasil e havia sido eleito destaque do Campeonato Mineiro. Parceiro de Deco, o agente Jorge Mendes, que cuida da carreira de Cristiano Ronaldo e outros craques, participou da transação, mas não é o responsável pela função..
"Foi logo no começo de 2014, estávamos disputando o Estadual e havia o interesse. Ainda joguei dez jogos da Série B até a parada da Copa, quando tudo foi acordado e a transferência foi concretizada. Carrego o América-MG comigo para onde for, é o meu começo no profissional, apenas tenho a agradecer ao clube e ao presidente (Marcus) Salum", afirma Matheus, em entrevista ao UOL Esporte.
A adaptação ao Braga aconteceu de forma muito rápida.
"É uma experiência nova. Todo jogador quer estar numa grande liga, os melhores estão na Europa, então, o Braga abriu as portas para mim e oferece tudo que preciso, parte alimentar, o que mais você puder imaginar. Esse apoio contribui bastante", conta o goleiro.
"É um futebol muito diferente do Brasil, mais dinâmico e com o goleiro sendo mais exigido. Não só para sair jogando com os pés, mas como um líbero, mesmo, a linha aqui é mais alta, então, tem que ficar atento para eventuais bolas nas costas da defesa".
Próximo passo é seleção?
Em sua melhor temporada com o Braga, Matheus tem o seu trabalho reconhecido em Portugal e, perto de completar cinco anos no país, dará entrada no processo de cidadania em breve. A partir disso, terá condição de defender os europeus, em caso de interesse. Não é uma possibilidade que ele descarta para o futuro.
"Vou poder me naturalizar português e todo jogador sonha poder jogar por sua seleção, espero ter uma chance. Não sei exatamente por qual (se Brasil ou Portugal). Quero continuar trabalhando, me dedicando, ainda estou no começo da carreira", explica.
O brasileiro terá de superar a resistência do técnico Fernando Santos, que se mostra avesso à presença de atletas naturalizados na seleção portuguesa. Para ele, essa é uma alternativa a ser considerada somente se não houver nomes interessantes no futebol local.
Entre as suas três alternativas para a Copa do Mundo, está o experiente Beto, de 35 anos. O titular é Rui Patrício, 30.
Sonho de atuar com o irmão Moisés
Quatro anos mais velho, o irmão Moisés, 30, foi o responsável por dar o pontapé inicial na carreira de Matheus e incentivá-lo a atuar como goleiro.
"Nós conversamos diariamente, ele me dá conselhos e ajuda demais. Ele já passou por mais experiências e tem papel importantíssimo para eu trilhar o meu caminho e fazer a minha história. No futebol, não tem mistério: se não se dedicar todos os dias, fica pelo caminho. A concorrência é muito grande, tem que matar leão todo dia e não se acomodar", diz.
"Foi ele quem me deu o primeiro par de luvas. Ele jogava na base do Cruzeiro e me presenteou. Ficávamos brincando dentro de casa, ele chutando e acabei pegando gosto pela posição", completa.
Com passagem também pelo Villa Nova na base, Matheus tem o sonho de jogar ao lado de Moisés em campo. Por pouco, isso não aconteceu logo em seu início, mas a transferência do meia para a Portuguesa frustrou os planos.
"É uma meta que nós temos de jogarmos juntos em dia, mas é aquilo, não estamos no controle das coisas. Se formos abençoados teremos essa oportunidade. Chegamos a treinar lado a lado no América-MG em 2012, mas atuar, não. Quando subi para o profissional naquele ano, ele saiu logo depois", relembra.
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