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Legião Urbana (sim, a banda) ajudou o lateral Régis a chegar ao São Paulo

O lateral direito Régis, de 28 anos, deu os primeiros passos na carreira no time do Legião, em Brasília - Rubens Chiri / saopaulofc.net
O lateral direito Régis, de 28 anos, deu os primeiros passos na carreira no time do Legião, em Brasília Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

11/04/2018 04h00

Destaque do São Bento de Sorocaba no Campeonato Paulista, Régis foi contratado pelo São Paulo após o fim do Estadual. Para virar jogador profissional e defender um dos principais clubes do Brasil, o lateral direito contou com o apoio da banda Legião Urbana. Apesar de Renato Russo ter morrido em 1996, o projeto social Legião de Craques (Associação Esportiva e Cultural Legião de Craques) foi criado em 2001. Cinco anos mais tarde, com Dona Carminha, a mãe do cantor como madrinha, e Giuliano Manfredini, filho do vocalista como presidente de honra, teve início a história do Legião Futebol Clube como time profissional, em Brasília. E, no meio do grupo de garotos que integravam o elenco, estava o hoje ala tricolor.

"Foi a minha primeira equipe, eles me puxaram do projeto social. Fiz toda a categoria de base e me profissionalizei lá. Então, foi o início de tudo na minha carreira. Foi interessante, porque na verdade começou como um projeto social em que eles faziam o trabalho com as crianças carentes. Eles me viram e acharam um certo potencial em mim. E o projeto foi se profissionalizando, era muito legal. Os jogos tinham shows, com músicas do Legião Urbana", contou Régis em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Nascido em Brasília, o lateral começou a sua relação com o Legião aos 12 anos, quando ainda ganhava cestas básicas do projeto social para ajudar a família. Depois de permanecer por lá durante sete temporadas, acertou a sua transferência para o Goiás. Na sequência, defendeu diversos clubes do país até ter a chance de vestir a camisa do São Paulo. Nesta quinta-feira, na Argentina, contra o Rosario Central, pela Copa Sul-Americana, ele poderá ter a oportunidade de disputar mais uma vez um torneio internacional. Pela Ponte Preta, Régis ficou com o vice da competição em 2013.

"Foi uma competição interessante, a Ponte Preta nunca havia participado de um torneio internacional. E, logo na primeira vez, fizemos uma belíssima campanha e chegamos à final. Foi um momento especial na carreira. Então, temos uma certa experiência nessa competição. Espero que isso possa acrescentar de alguma forma", afirmou Régis.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista com o lateral do São Paulo:

Legião Urbana e música preferida

Gosto da Legião Urbana, era uma banda de Brasília. A música mais famosa é "Pais e filhos", era a que mais tocava. Era diferente [jogar lá]. Foi divertido. Fiquei sete anos no Legião e depois segui para o Goiás. A gente se distanciou, porque sai cedo. Cheguei com 12 anos. Mas desejo toda a sorte para o pessoal de lá.

Adaptação ao São Paulo e estreia na Sul-Americana

Estou em período de adaptação ainda. A gente sabe que não é fácil. Tem sido bom, os atletas têm me dado atenção e alguns toques. Então, vai ser uma partida especial. Se eu estiver entre os relacionados para começar, vou ficar muito feliz e procurar fazer o meu melhor. Mas, independentemente do escolhido por ele [Diego Aguirre], que faça o melhor quem for jogar.

Laterais direitos que não se firmam no São Paulo nos últimos anos

É uma responsabilidade grande, mas a gente sabe que no futebol mundial a posição de lateral é carente, e no São Paulo também é desta forma. Então, espero que possa quebrar essa sequência de jogadores que passaram por aqui, mas ainda sabendo que existem jogadores aqui que têm o seu valor. Sempre vou enaltecer isso, porque merecem respeito. Se estão no São Paulo é porque realmente têm as suas qualidades. Mas que eu possa fazer algo para acrescentar no São Paulo.

Diferença de jogar torneio internacional
Sabemos que o elenco é bastante experiente, tem uma certa bagagem em competições como essa. O diferencial é que exige um pouco mais de atenção. Por se tratar do futebol sul-americano, é mais truncado. Então, o nível de concentração aumenta. É desta maneira que temos de entrar na próxima partida.

Enfrentar argentinos

É um pouco diferente, por conta da rivalidade entre Brasil e Argentina. Mas o futebol a gente sabe que é igual, é uma linguagem universal. Temos de nos comportar da mesma maneira que contra os brasileiros, com seriedade e mais atentos.