Diretor do Palmeiras questiona independência do TJD: "Interferência clara"
Para o Palmeiras, está mais do que claro que houve interferência externa na final do Paulista contra o Corinthians. O diretor jurídico do clube, Alexandre Zanotta, questionou a independência do Tribunal de Justiça Desportiva em relação à Federação Paulista de Futebol e disse que não há boa vontade em aceitar o que chama de provas claras de irregularidade na atuação do árbitro.
Em entrevista ao UOL Esporte, o dirigente disse que o Tribunal se preocupou apenas em enterrar a questão o mais rápido possível e que a Federação se preocupou só em proteger a final do Estadual e não em buscar a verdade.
Zanotta ainda deixou claro que não há uma decisão do que fazer caso tenha sucesso na ação. Embora haja uma corrente entre torcedores e conselheiros para que o clube não tope jogar uma nova final, ele explicou que o Palmeiras só conversará sobre o assunto após uma eventual vitória.
Confira a entrevista completa:
UOL Esporte: O que o Palmeiras quer no TJD? Só provar a interferência ou vocês ainda pensam em brigar pelo título?
Alexandre Zanotta: O objetivo é que seja reconhecida a verdade. O que aconteceu está provado. Ninguém tem dúvida que houve interferência externa e que é proibido pela regra. Queremos que reconheçam isso. Aparentemente não querem reconhecer.
UOL Esporte: Mas o Palmeiras quer jogar de novo?
Alexandre Zanotta: A gente não está discutindo isso. Isso não é o objetivo de momento. Isso é uma questão para o Tribunal resolver de como ele aplicaria a regra. Nosso objetivo é que a verdade seja reconhecida. As provas estão aí, são incontestáveis. Ninguém tem dúvida. O que queremos é que a federação reconheça. Isso é uma consequência do tribunal.
UOL Esporte: O Galiotte disse que o campeonato era o Paulistinha e ainda assim tem chance de brigar por uma nova final?
Alexandre Zanotta: O que o nosso presidente quis dizer é que o que a federação fez com que o campeonato virasse paulistinha, que a atitude diminuiu o campeonato. A nossa briga aqui é maior. A nossa briga é pela melhoria para o futebol brasileiro, para que isso pare de acontecer. É benefício para o futebol brasileiro.
UOL Esporte: Mas então não há discussão do que se fazer caso o Tribunal mande jogar de novo?
Alexandre Zanotta: Não depende da gente. Não é uma decisão do Palmeiras. Quando tomada a decisão, a gente se reúne e conversa.
UOL Esporte: O Palmeiras é rompido com a FPF. Isso pode atrapalhar o julgamento? Vocês acreditam na independência do TJD em relação à federação?
Alexandre Zanotta: Não. O TJD tinha 15 dias para analisar as provas que foram juntadas e poderia prorrogar por mais 15 dias. E eles finalizaram tudo em sete dias. Se o Tribunal fosse independente ele estaria mais preocupado em analisar, buscar provas e não encerrar o assunto de afogadilho.
UOL Esporte: A FPF divulgou uma nota no mesmo dia da final dando razão ao árbitro, antes mesmo de ouvir o Palmeiras. Isso assustou vocês?
Alexandre Zanotta: Não assustou, mas já começou a dar indício de como a coisa seria levada. Acho que a Federação teve preocupação em não manchar a sua final com erros de arbitragem. Mas a forma que eles acharam para consertar acabou manchando completamente a federação. Eles não assumiram o erro e não quiseram consertar. Não quiseram dar uma solução honesta. Preferiram se esconder e fazer com que o erro fosse esquecido.
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