Justiça nega pedido de santistas contra "torcida única" em jogo em Curitiba
Foi indeferido o pedido dos torcedores do Santos pela liberação de um lugar reservado para eles na partida contra o Atlético-PR, que acontece nesta quinta-feira (31), na Arena da Baixada. O Cruzeiro já havia tentado derrubar a mesma medida do Ministério Público do Paraná, também sem sucesso.
A decisão foi publicada nesta quarta-feira, em Curitiba, e assinada pelo juiz Paulo Guilherme R. R. Mazini. O magistrado ressalta, porém, que o Atlético-PR precisa cumprir os deveres impostos pelo Estatuto do Torcedor.
“O de prestar segurança aos torcedores no local de realização do evento, antes, durante e depois das partidas, conforme estabelece o art. 13, “caput” da lei n. 10.671/2003”, diz o documento. A partida está marcada para as 21 horas (de Brasília).
A reclamação dos torcedores se deve ao fato de que não haverá um local exclusivo para os santistas na Arena da Baixada; a medida do Ministério Público do Paraná não proíbe a entrada de visitantes, mas estes ficam acomodados com a torcida da casa, de modo que não podem entrar no estádio com as cores de seu clube.
Ainda há outra ação
Simultaneamente à ação dos torcedores, que não tem ligação com o clube, um advogado contratado pelo Santos efetuou um pedido de cancelamento da mesma medida em caráter liminar. Curiosamente, no entanto, Rodrigo Gama Monteiro havia assinado no dia 8 de maio um manifesto, em papel timbrado do Atlético-PR, no qual apoiava a decisão e fundamentava tópicos para que ela fosse colocada em prática.
Monteiro confirmou o pedido e a saída do Atlético para se juntar ao quadro jurídico do Santos. Apesar de contraditório, o pedido não é considerado ilegal ou antiético de acordo com o código de conduta da OAB, consultado pela reportagem. Monteiro disse ainda que "não participou da elaboração da peça" que foi assinada por ele e ainda por outras duas advogadas: "Foi um erro, infelizmente isso aconteceu". O advogado ainda ressaltou ao UOL Esporte que agiu de maneira profissional.
"Enquanto advogado do Atlético, minhas convicções sempre foram no sentido de defender a vontade e os anseios da Instituição. Hoje estou em outro clube e como profissional que sou, assim serei, em todos os meus atos. Quanto essa medida do Santos em relação a torcida única, em nenhum momento, reitero, participei da ação. Meu nome foi aposto na peça por mero equívoco, já que faço parte hoje do corpo jurídico interno do Santos. Pedi para não me envolver no caso, já que havia atuado pelo Atlético em situação parecida e não me sentia a vontade para atuar neste momento. Infelizmente aconteceu de meu nome estar na peça, mas não atuei nem direta e nem indiretamente", disse Monteiro.
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