Clubes gaúchos articulam pedido de volta da cerveja aos estádios
Grêmio, Internacional e outros 26 clubes do Rio Grande do Sul articulam um pedido para a volta da cerveja aos estádios gaúchos. A ideia é tocada pelo Sindiclubes-RS (Sindicato dos Clubes do Rio Grande do Sul) e pretende reabrir debate na Assembleia Legislativa do Estado ainda em 2018. O principal argumento para retomar a discussão é uma pesquisa realizada ano passado.
Durante os dias 11 e 22 de novembro, o Instituto Methodus entrevistou 600 torcedores na Arena e no Beira-Rio em busca de aprovação ou reprovação do público ao retorno da venda de bebidas alcoólicas nos estádios gaúchos.
A pesquisa apontou que 68,9% do público entrevistado consome bebida alcoólica quando vai a jogos de futebol. E, segundo os dados, 64,3% dos participantes aprova a venda do item nos estádios durante o tempo de jogo.
"O índice de aprovação é um dado muito forte. Esse é nosso principal argumento para pleitear a reabertura do debate sobre a comercialização da bebida alcoólica no estádio", disse César Cabral, presidente do Sindiclubes.
Em 2015 a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul recebeu um projeto de lei para liberação de bebidas alcoólicas nos estádios. No ano passado, a mesma demanda esteve na pauta da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Em ambos os casos não houve avanço.
O plano do Sindiclubes é sugerir uma liberação com limitação de comercialização, ou seja, com período específico durante os jogos. A inspiração vem de países como Estados Unidos e Alemanha, onde o público pode consumir bebida alcoólica antes do início das partidas e no intervalo. Também será citada uma definição de local para evitar ingestão na arquibancada e levar o torcedor a beber próximo do bar do estádio.
"Queremos retomar esse direito do consumidor de se entreter de forma plena. Mas ao mesmo tempo ter um comércio controlado. Agora não há controle. O consumo fica no entorno dos estádios e sem nenhuma fiscalização", argumenta Fábio Silva, diretor do Sindiclubes.
A mobilização começou, no ano passado, com os clubes do interior em busca de uma fonte de receita para os jogos. Em 2018 a dupla Gre-Nal se mostrou favorável à ideia e se tornou signatária do ofício a ser apresentado à presidência da Assembleia Legislativa.
"A renda saiu dos clubes e passou para o entorno dos estádios", frisa Cabral. "Estamos dialogando com deputados e vamos levar o tema ao presidente da Assembleia para sabermos se é possível retomar um projeto de lei antigo ou se algum integrante da casa tem que propor de novo", complementa.
Biometria e câmeras a favor
O consumo de bebidas alcoólicas no interior dos estádios gaúchos está proibido desde 2008. Mas além do comércio no entorno sem fiscalização e da aprovação apontada pela pesquisa, o Sindiclubes e os times do Rio Grande do Sul apostam nos avanços da tecnologia para controlar eventuais abusos do público.
"Queremos estabelecer limites, sim, na venda. Responsabilidades com uso de tecnologia já instalada nos estádios. Esses recursos nos permitem maior segurança", conta Silva. "Vamos trabalhar em cima do início e fim do consumo, o tipo de bebida e o local de consumo".
Grêmio e Internacional não controlam a receita dos bares de Arena e Beira-Rio. Os valores são repassados para as empresas criadas com a missão de administrar os estádios. Mas diante da demanda, poderá haver tentativa de divisão de cifras entre os clubes e as parceiras.
O encontro entre a comitiva do Sindiclubes e a presidência da Assembleia Legislativa foi adiado em virtude da greve dos caminhoneiros e ainda não tem data confirmada, de acordo com a agenda oficial da casa.
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