Cobiçado pelo mercado, Abel prioriza período com a família após deixar Flu
Abel Braga pediu demissão do Fluminense nesse sábado (16) e automaticamente esquentou o mercado de treinadores, já que não é toda hora que um profissional com vasto currículo e em alta está disponível. O técnico, no entanto, não tem pressa para definir seu futuro. O objetivo é ficar com a família por um tempo após o fim do "casamento" de um ano e meio com o Tricolor.
Abel nunca escondeu o desejo de dar uma pausa na carreira, principalmente depois do acidente que vitimou João Pedro, seu filho mais novo, no ano passado. Ele viaja neste domingo (17) com a mulher Cláudia para um descanso de pelo menos dez dias, algo que não teve oportunidade de fazer desde a fatalidade. A ideia, a princípio, é não ter pressa para definir seu futuro, embora fechar com um clube para o segundo semestre após o período não esteja descartado.
O técnico só pretende pensar na sequência da carreira depois da viagem. Ainda não se sabe quanto tempo durará a pausa na carreira do treinador. A única certeza é que sua família passa a ser prioridade nos próximos dias.
Enquanto Abel pensa em descanso, sua saída do Flu amenta a pressão sobre, por exemplo, os técnicos de três grandes clubes de São Paulo. Diretorias de Santos, Palmeiras e Corinthians gostam do estilo de trabalho do treinador e já o sondaram em outras oportunidades. De modo geral, a avaliação é que o trabalho realizado no Tricolor era bom levando em conta o nível do elenco disponível.
Soma-se a isso a situação de pouco respaldo de determinados treinadores. É o caso de Jair Ventura, que está ameaçado no Santos. Caso o time não tivesse vencido justamente o Fluminense na última rodada antes da pausa para a Copa do Mundo, era dada como certa sua queda do cargo. Sem obter resultados consistentes, principalmente no Campeonato Brasileiro, o técnico é questionado pelos dirigentes alvinegros, e uma reunião na segunda-feira vai definir o futuro.
Caso o Santos resolva demitir Jair, Abel é um dos nomes preferidos da diretoria do clube para o cargo. O clube espera por Ricardo Gomes, que pode fechar contrato para se tornar diretor de futebol do alvinegro na segunda-feira, para definir a situação.
Roger Machado também pode ser pressionado pela sombra de Abel. Antes de o Palmeiras contratá-lo, no fim do ano passado, o ex-técnico do Fluminense era um dos nomes cotados para assumir o cargo. Apesar de ter a melhor campanha na primeira fase da Copa Libertadores, o time não apresenta desempenho capaz de torná-lo unanimidade. Antes da vitória no clássico com o São Paulo, havia crescente pressão sobre o treinador. A oscilação da equipe e a distância para os primeiros colocados no Brasileiro fazem com que ainda exista pressão sobre o técnico.
O Corinthians, por sua vez, tenta se adaptar ao trabalho de Osmar Loss. Com a saída de Fabio Carille, ele foi promovido para a posição de treinador principal da equipe. Sem tempo para trabalhar, com uma maratona de jogos e lidando com muitos desfalques, o ex-auxiliar obteve números pouco expressivos - uma vitória, dois empates e quatro derrotas, que correspondem a 23,8% de aproveitamento. Com os resultados, se não fosse a política dos dirigentes de dar segurança aos técnicos ao evitar trocas constantes no comando, Loss poderia não estar mais no cargo.
Outros dois clubes também gostam do perfil de Abel Braga. No caso do Inter, a admiração é atemporal. Técnico campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2006, ele foi alvo na virada de 2017 para 2018. Foi procurado pelo comando do clube, que ouviu dele que não rescindiria vínculo com o Fluminense naquele momento.
Com oferta rejeitada, o Internacional optou por investir em Odair Hellmann, que já começou a temporada efetivado no cargo. Quando o time oscilou - foi eliminado do Gauchão, da Copa do Brasil, e não iniciou tão bem o Brasileiro -, o atual treinador foi mantido. Odair conseguiu, com tempo, mostrar trabalho, deu padrão de jogo ao time e atualmente vive sua melhor fase, com oito partidas de invencibilidade e o quarto lugar na classificação. A opção por Abel, portanto, não seria imediata.
Por fim, o Atlético-MG também acompanha a situação de perto. E o interesse não é de hoje. Dias depois de demitir Oswaldo de Oliveira, no início de fevereiro, o clube procurou Abel Braga para tentar convencer o treinador a sair do Fluminense e retornar ao time mineiro após 16 anos.
Ex-mandatário do clube, Alexandre Kalil tinha a preferência por Cuca, mas o diretor de futebol Alexandre Gallo teve o aval do presidente Sérgio Sette Câmara para fazer o primeiro contato com o então técnico do Flu. Para a dupla, Abel era o nome ideal para dar um padrão ao time, com características de forte marcação e ataque em velocidade. Na época, o treinador recusou o convite alegando a impossibilidade de deixar seu trabalho pela metade no Rio de Janeiro.
Vale lembrar que Thiago Larghi, a princípio treinador interino, ainda não tem seu futuro definido no Atlético. Apesar dos já 32 jogos na condição de interino, Sette Câmara afirmou que definirá a situação até o retorno do Brasileirão. A tendência é que isso ocorra até o dia 25 deste mês, quando os jogadores se reapresentam para a intertemporada.
Colaboraram: Enrico Bruno, Jeremias Werneck, José Eduardo Martins, Marinho Saldanha e Vinicius Castro
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