Das emoções ao desgaste, como foi a trajetória de 563 dias de Abel no Flu
Um ano e meio de uma relação intensa de sorrisos, lágrimas, vitórias, derrotas, emoções, frustrações e desgaste. Identificado com o Fluminense, Abel Braga pediu demissão do clube neste sábado (16) e deu uma pausa na carreira para se dedicar à família, que ainda tenta superar a perda de seu filho mais novo, que faleceu após acidente doméstico em 2017.
A chegada
O técnico foi anunciado em 1º de dezembro de 2016. Este foi o primeiro ato da gestão de Pedro Abad, que sempre manifestou desejo de seguir com o técnico até o final de seu mandato.
Em 2017, o jovem time tricolor começou o ano encantando o país. Com velocidade, objetividade e jogadores habilidosos, o Fluminense venceu a Taça Guanabara, mas sucumbiu diante do Flamengo na decisão do Campeonato Carioca. Na Copa do Brasil, caiu para o Grêmio, mas o revés não causou estragos.
A perda do filho
A partir do Campeonato Brasileiro, a situação piorou. Sem peças de reposição e com uma equipe extremamente jovem, Abel teve muitos problemas na competição. O treinador perdeu Richarlison para o Watford (ING) e viu uma negociação frustrada entre Wellington Silva e Bordeaux (FRA). Seu time despencou. Para piorar, perdeu João Pedro, seu filho mais novo, que caiu do sétimo andar de sua cobertura no Leblon.
Após o episódio, Abel foi abraçado pelo clube e pelos torcedores. Ele retomou imediatamente o trabalho e já estava no banco de reservas do Flu dias depois do desastre.
Confiança no trabalho
Mesmo com o Fluminense mal na tabela, o clube manteve Abel. No fim do ano, o Tricolor terminou na 14ª posição do Brasileiro. Abel atribuiu a permanência na elite ao seu trabalho.
Em dezembro, porém, o treinador deixou aberta a possibilidade de deixar o clube. Ele foi assediado por Palmeiras e Internacional, mas optou por permanecer nas Laranjeiras, clube com o qual tinha contrato até o final de 2018.
Um pouco antes de o ano terminar, o treinador perdeu Gustavo Scarpa - que entrou na Justiça contra o Fluminense - e também conviveu com a dispensa polêmica de jogadores como Henrique e Diego Cavalieri.
O desgaste
O início da temporada de 2018 foi complicado. Sem dinheiro para contratar, Abel ainda teve de conviver com a ida do promissor volante Wendel para o Sporting (POR). O clube trouxe reforços modestos, e o treinador montou uma equipe com três zagueiros, uma alternativa para aproveitar as características de seu grupo. Para piorar, foi eliminado precocemente na Copa do Brasil para o Avaí, ainda na segunda fase.
O panorama melhorou com a chegada de Paulo Autuori, mas por pouco tempo. Contratado para ser o coordenador-técnico tricolor, o ex-treinador sucumbiu meses depois. A falta de verba para investimentos e os salários atrasados fizeram com que o profissional pedisse demissão, algo que chateou Abel.
Sem o amparo de um aliado importante, o treinador se desgastou e teve de acumular funções. Os salários atrasados e a falta de perspectiva incomodaram Abel, que deixou o clube após quatro derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro.
Ainda não se sabe em quanto tempo Abel voltará a ficar ativo no mercado.
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