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MP denuncia 17 envolvidos em esquema de corrupção no futebol da Paraíba

Amadeu Rodrigues, presidente da Federação, é um dos denunciados - Divulgação/Federação Paraibana de Futebol
Amadeu Rodrigues, presidente da Federação, é um dos denunciados Imagem: Divulgação/Federação Paraibana de Futebol

Do UOL, em Santos (SP)

20/06/2018 22h07

A Operação Cartola ganhou um novo e importante capítulo nesta quarta-feira (20). O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou à 4ª Vara Criminal de João Pessoa 17 acusados de integrar um esquema de manipulação de resultados no futebol da Paraíba.

Os denunciados são acusados de praticar vários crimes para manipular resultados de jogos, beneficiando, com isso, dirigentes de times, funcionários da Federação Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol e do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF).

Entre os denunciados estão Amadeu Rodrigues, presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Breno Morais, presidente do Botafogo-PB, Lionaldo Santos Silva, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba, Marinaldo Roberto de Barros, procurador geral do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba e José Renato Albuquerque, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da Paraíba.

O Ministério Público também pugnou pela destituição de todos os réus que ocuparem cargos nas entidades, FPF, da Comissão de Árbitros e no TJDF.

Operação Cartola realizou busca e apreensão na sede da Federação Paraibana de Futebol - Polícia Civil da Paraíba - Polícia Civil da Paraíba
Imagem: Polícia Civil da Paraíba

Como tudo começou

As investigações tiveram origem em um inquérito instaurado pela Delegacia de Defraudações de João Pessoa sobre supostos desvios de valores nas prestações de contas da FPF.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPPB, o controle e a manipulação de jogos e resultados se dava há pelo menos dez anos por parte de dirigentes da FPF, de integrantes da Comissão de Árbitros, além da participação da presidência e da procuradoria do TJDF. Nesse período, várias denúncias foram arquivadas, sem que tivessem sido apuradas. O objetivo principal da organização era obter vantagens econômica, política e associativa.

De acordo com nota publicada pelo MP da Paraíba, os 17 denunciados pelo MPPB incorreram nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes contra o futebol (Estatuto do Torcedor). As investigações apontam que a organização se dividiu em núcleos com atribuições distintas que, após praticar os crimes principais (a manipulação dos resultados das partidas de futebol), utilizavam-se de influência política e social, para praticar diversos outros delitos subsidiários, que eram imprescindíveis para o sucesso da empreitada criminosa, como a utilização de documentos falsos, a intimidação de testemunhas, a ocultação e destruição de provas, entre outros.

Os resultados dessas ações geravam elevados desvios econômicos, prejuízos financeiros e prejuízos que também atingiam a esfera moral da sociedade, com o descrédito no futebol paraibano. A manipulação dos resultados das partidas de futebol se dava através de fraudes nos sorteios dos árbitros escalados, direcionando os juízes que integravam a Orcrim para atuarem nas partidas cujos resultados interessavam ao grupo criminoso. As fraudes também ocorriam durante a arbitragem dos jogos para beneficiar algumas equipes.