Özil cita "racismo e desrespeito" e deixa seleção alemã aos 29 anos
Em três longos comunicados divulgados em suas redes sociais neste domingo (22), o meia Mesut Özil, 29 anos, anunciou que não vai mais jogar pela seleção da Alemanha.
Às vésperas da disputa da Copa do Mundo da Rússia, o jogador do Arsenal se tornou alvo de críticas de torcedores, jornalistas e até dos principais dirigentes da federação de futebol do país ao posar para fotos com o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan.
A imagem foi interpretada como um apoio explícito à então campanha pela reeleição do presidente turco, que mantém uma relação de tensão com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
"Com dor no coração e depois de muito considerar os eventos recentes, não vou mais jogar pela Alemanha em nível internacional uma vez que sinto este sentimento de racismo e desrespeito", afirmou Özil.
Filho de imigrantes da Turquia que foram para a Alemanha, Özil listou uma série de ofensas que recebeu desde políticos até de torcedores, como "porco turco" e turco de m...". Ele ainda volta a artilharia para Reinhard Grindel, presidente da federação alemã, e o ex-atacante Oliver Bierhoff, diretor esportivo da entidade.
"Vesti a camisa da seleção alemã com orgulho e alegria, mas agora não mais", afirmou. "Quando altos dirigentes me tratam como trataram, desrespeitando minhas raízes turcas e de forma egoísta me tornando propaganda política, aí não dá mais. Não é por isso que jogo futebol e não vou só me sentar e não fazer nada. O racismo nunca, jamais deve ser aceitado".
Özil ainda disse que não se arrepende e que tiraria novamente uma foto com Erdogan no futuro. "Para mim, tirar uma foto com o presidente Erdogan não tem nada a ver com política ou com eleições, mas com o respeito para o cargo máximo do país da minha família", explicou o jogador.
Da glória em 2014 ao vexame em 2018
Depois de se destacar em seleções de base, sendo inclusive campeão europeu Sub-21, Özil estreou pela Alemanha em fevereiro de 2009, em amistoso contra a Noruega, e rapidamente ganhou espaço.
O meia fez parte do grupo que ficou com o terceiro lugar no Mundial de 2010 e foi um dos destaques da campanha do tetracampeonato quatro anos depois no Brasil, com destaque para o gol decisivo na prorrogação contra a Argélia, nas oitavas de final.
Mesmo com toda a polêmica envolvendo a foto com Erdogan, Özil foi levado pelo técnico Joachim Löw para a disputa da Copa deste ano na Rússia, mas a história foi bem diferente do torneio anterior.
O jogador saiu como titular na estreia (derrota por 1 a 0 para o México), foi barrado diante da Suécia (vitória por 2 a 1) e retomou a posição no revés por 2 a 0 para a Coreia do Sul.
Mais do que ter atuado justamente nas partidas em que os germânicos perderam, as estatísticas mostram como Özil ficou devendo no torneio. Segundo o site da Fifa, o meia não finalizou uma vez sequer nos 180 minutos em que esteve em campo. Ele ainda sofreu duas faltas, não cometeu nenhuma e deu 146 passes na participação na Copa.
O comunicado deste domingo encerra o mistério sobre o futuro do jogador na seleção, questão que já prometia marcar a próxima convocação de Löw, que será anunciada no dia 29 de agosto. O país europeu tem dois amistosos marcados para os dias 6 e 9 de setembro, o primeiro contra a campeã mundial França e o segundo diante do Peru.
No total, Özil fez 92 partidas e marcou 23 gols com a camisa da Alemanha.
*Com informações da agência de notícias Efe
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