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Fracasso com Alex Sandro explica a "calmaria" do PSG no mercado da bola

Alex Sandro era considerado reforço prioritário no PSG, mas não deu certo - Alessandro Di Marco/ANSA via AP
Alex Sandro era considerado reforço prioritário no PSG, mas não deu certo Imagem: Alessandro Di Marco/ANSA via AP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

02/08/2018 04h00

Por meses, o Paris Saint-Germain contou com Alex Sandro como reforço para a temporada. A negociação bem encaminhada com o lateral esquerdo, no entanto, resvalou no receio de ferir o Fair Play Financeiro da FIFA por um valor considerado excessivo pedido pela Juventus. O clube italiano ganhou dias valiosos sem o acerto e viu a chegada de Cristiano Ronaldo animar o brasileiro. O caso é um resumo da dificuldade que vive o clube francês no mercado do futebol. Nenhum reforço, com exceção feita ao goleiro Gianluigi Buffon, foi assegurado.

Buffon só chegou ao PSG por estar sem contrato após deixar a Juventus ao fim da temporada passada. O mercado está inflacionado para o clube francês pela avaliação de que os 400 milhões de euros pagos para a contratação de Neymar e Mbappé na temporada passada foi abusivo. Nos bastidores, dirigentes do PSG já reclamaram da situação.

Alex Sandro foi um caso emblemático, pois resume a dificuldade de negociar tanto com um clube quanto com o jogador. Em seu caso, as palavras de incentivo para a contratação, feitas por Neymar, Marquinhos e Thiago Silva ainda em março, eram consideradas cruciais. Pura ilusão.

O PSG preparou todo o cenário para a contratação do jogador da Juventus. Vendeu o lateral esquerdo Yuri Berchiche ao Athletic Bilbao durante a Copa do Mundo e seguiu somando caixa para se enquadrar ao Fair Play Financeiro. Só que o negócio com o brasileiro saltou dos 40 para 50 milhões de euros após a chegada de Cristiano Ronaldo e gerou desistência no clube francês.

A lateral esquerda foi considerada reforço prioritário pelo novo treinador do PSG, Thomas Tuchel, assim que chegou ao PSG. Para a posição, somente o contestado francês Layvin Kurzawa está disponível no início da temporada. 

Com o passar do tempo, o cenário no PSG só piorou. A requisitada contratação de um zagueiro é o novo reflexo da dificuldade no mercado. O italiano Leonardo Bonnucci, opção número 1, foi considerado excessivamente caro.

A bola da vez passou a ser o zagueiro alemão Jérôme Boateng, do Bayern de Munique. A pedida inicial de 50 milhões de euros do clube francês gerou inconformismo na mídia francesa: “Metade de Cristiano Ronaldo”, exibia o noticiário sobre a negociação no canal de televisão TF1. No entanto, o acordo ficou mais próximo após o clube alemão trabalhar com a redução do preço.

O mercado do PSG na temporada só foi agitado pela saída de Javier Pastore, o camisa 10 antes da chegada de Neymar. A venda à Roma por 25 milhões de euros foi crucial para deixar o clube possibilitado de fazer novos investimentos para se enquadrar ao Fair Play financeiro.

Outro jogador que gera grande especulação sobre mercado no clube é o francês Adrien Rabiot. Com contrato por só mais uma temporada, a transferência ao Barcelona esteve perto pelo desejo do volante. Agora, a dificuldade em realizar contratações fez o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, tomar a frente da renovação contratual com o jogador formado no clube e se aproximar de um acordo de permanência.

O investimento alto em Alex Sandro significaria que esse seria o maior reforço da temporada. A ordem no PSG, no entanto, é esperar até que os jogadores desejados voltem aos considerados preços “normais” de mercado ou uma nova grande venda possibilite movimentações de compra. Neste cenário, o exemplo perfeito é o meia português Gonçalo Guedes, que atuou emprestado ao Valencia na temporada passada e teve a proposta de compra do clube espanhol no valor de 40 milhões de euros recusada. O sonho dos dirigentes do PSG é de que uma oferta na casa dos 60 milhões de euros seja realizada em breve.