Limitado? Higuaín é o 5º jogador que mais gerou dinheiro em negociações

Gonzalo Higuaín é aquele tipo de jogador capaz de despertar amor e ódio nos torcedores em questão de minutos, no mesmo jogo, seja pela seleção da Argentina ou por clubes. Figura entre os maiores artilheiros do futebol europeu, mas também perde gols inacreditáveis, como na final da Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha. Cara a cara com Neuer e com tempo e espaço para escolher o canto no Maracanã, o centroavante chutou para fora.

Lances desperdiçados como o da decisão do Mundial no Brasil deixaram Higuaín atrelado à imagem de jogador com grife, mas ruim de bola, o popular "perna-de-pau". Mas é inegável que o mercado da bola aposta muito no potencial ofensivo do atacante. Ao ser contratado pelo Milan por empréstimo para a próxima temporada europeia, ele se tornou o quinto jogador que mais movimentou dinheiro com transferências na história do futebol mundial.

As transações envolvendo Higuaín acumulam 159 milhões de euros (cerca de R$ 691,6 milhões na cotação do dia). Ele forma o top 5 de astros mais caros com o brasileiro Neymar (R$ 1,3 bilhão), o português Cristiano Ronaldo (R$ 1 bilhão), o compatriota Ángel Di María (R$ 778 milhões) e o sueco Ibrahimovic (R$ 735,5 milhões).

O argentino realizou exames médicos nesta quinta-feira (2) antes de assinar contrato até junho de 2019. Pelo empréstimo junto à Juventus, o Milan pagará 18 milhões de euros (R$ 78,3 milhões), com cláusula de compra com preço fixado em 36 milhões de euros (R$ 156,6 milhões). Total: 54 milhões de euros (R$ 234,9 milhões).

Parece caro, mas é pouco mais da metade do valor desembolsado pela Juventus para tirá-lo do Napoli, em julho de 2016: 90 milhões de euros, ou R$ 391,5 em valores atuais. Naquela ocasião, ele havia sido o vice-artilheiro na comparação entre todas as ligas nacionais europeias, com 36 gols em 35 jogos, desempenho apenas inferior ao do uruguaio Luis Suárez pelo Barcelona no Campeonato Espanhol (40 gols).

Forma física após as férias virou piada na Itália

Foi justamente no período em que esteve mais valorizado no mercado que Higuaín gerou desconfiança maior, sobre sua capacidade e comprometimento com o novo clube. O argentino se apresentou em Turim visivelmente fora de forma. A barriga saliente ganhou as redes sociais e virou meme. 

A primeira jornada pela Juve foi positiva, com 32 gols em 55 partidas, mas com recorrência de chances perdidas na área. O problema maior, porém, foi no retorno das férias para a temporada seguinte (2017-18), em que a forma rechonchuda ficou ainda mais escancarada. Em campo, a eficiência caiu: 23 gols em 50 jogos.

A chegada de Cristiano Ronaldo à Juventus tendia a diminuir os minutos de Higuaín em campo, já que o craque português tem atuado mais próximo à área, quase como um camisa 9. Ele viraria uma peça cara demais para ficar sentada no banco.

Em baixa e com futuro indefinido, ao menos o argentino cuidou-se melhor nas férias, estendidas por conta da participação na Copa do Mundo da Rússia, e se reapresentou à Juventus, na última segunda-feira (30), menos inchado do que em 2017, como mostra a comparação de fotos acima.

O Chelsea mostrou interesse em Higuaín, que poderia reeditar em Londres a parceria bem-sucedida pelo Napoli com o técnico Maurizio Sarri, mas as conversas não avançaram. O Milan virou uma alternativa para resgatar o prestígio do jogador e, quem sabe, valorizá-lo ainda mais no mercado futuramente.