Coritiba afasta Simião e Alecsandro; agente de atacante critica E. Baptista
O Coritiba afastou de seu elenco o volante Simião e o atacante Alecsandro. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (7), o diretor de futebol Augusto de Oliveira indicou que a decisão foi tomada por questões técnicas.
Ambos foram colocados pela comissão técnica no grupo de transição, formado por atletas que não devem ser aproveitados com regularidade no elenco principal. O volante, por render abaixo do esperado em diferentes questões, embora seja o jogador com mais assistência na equipe na Série B até aqui, com quatro. Já o segundo, por uma relação custo-benefício considerada insatisfatória pela cúpula alviverde.
“No que se refere ao Simião, todas as decisões são tomadas em um colegiado - comissão técnica e departamento de futebol. Essas decisões são passadas a um poder acima do nosso, ao G5 (grupo formado pelo presidente Samir Namur e por quatro vices), poder estatutário do clube. Aqui funciona dessa maneira. Nós entendemos que, no momento, tecnicamente, a gente precisava fazer outras escolhas – não preterindo o determinado atleta, mas acreditando que alguns podem dar retorno maior que vinha havendo com alguns atletas”, justificou Oliveira, cobrando de Simião mais do que passes para gol nas partidas e indicando influência de outras questões no afastamento.
“Nós entendemos que o jogo contempla muito mais variáveis que apenas assistências. Nós entendemos que o próprio dia a dia contribui para isso. A gente não pode se ater apenas a quatro assistências, mas sim ao dia a dia, ao trabalho, à entrega. A postura tem que ser a mesma, independente de estar jogando ou não. Neste momento, a decisão foi tomada em um colegiado e a gente está seguro”, acrescentou.
No caso de Alecsandro, o diretor de futebol apontou os custos do jogador como o principal motivo do afastamento. Na Série B, o atacante fez apenas três partidas (contra CRB, Avaí e CSA) e não marcou gols, segundo dados do site ZeroZero.
“É um atleta com uma história importante. Veio de um clube paulista (Palmeiras) para cá em uma condição, quando houve uma negociação de venda do (meia Raphael) Veiga. A permanência dele no Coritiba foi muito pautada pela questão contratual - havia um contrato firmado para que o Alecsandro permanecesse. Todos nós sabemos a história dele, também sabemos o aporte financeiro que é destinado para o pagamento de seus salários. Se for analisar o custo-benefício, chegou um momento em que esse custo-benefício não estava equilibrado. A gente precisava tomar uma decisão no que se refere a um maior aproveitamento dos atletas que estão nos dando retorno técnico”, disse Oliveira, que não descartou uma possibilidade de rescisão contratual.
“Eu disse que o custo-benefício na equipe principal não estava a contento. E, isso, os números mostram. A partir desse entendimento, de que o custo-benefício não é favorável neste momento, existem diversos caminhos para que o atleta, seu representante, o próprio Coritiba possam buscar para facilitar um direcionamento, um novo caminho, que não seja neste momento estar atuando ou à disposição do elenco principal”, acrescentou.
Agente cita 'ranço' de Eduardo Baptista com Alecsandro
Procurado pela reportagem, o agente de Alecsandro, Oldegard Filho, reagiu ao afastamento prometendo recorrer à Justiça para reintegrar o jogador ao elenco principal. A recepção do atleta à notícia, de acordo com ele, foi a pior possível.
“Nossos advogados vão entrar com uma notificação ao Coritiba pedindo a reintegração ao elenco, ou tomaremos medidas”, disse o empresário. Alecsandro, segundo ele, “é um atleta com uma carreira espetacular, que dispensa comentários”. “Essa desculpa de que o jogador não está tecnicamente a nível dos outros soa como uma piada”, afirmou.
O empresário ainda afirmou que Alecsandro foi afastado por conta de desavenças com o treinador do Coritiba, Eduardo Baptista. Os dois, segundo ele, teriam problemas desde 2017, quando trabalharam no Palmeiras.
“O que está acontecendo mesmo, o pano de fundo, é o treinador, o Eduardo Baptista. É um treinador que nunca ganhou nada, não conseguiu se firmar no mercado, herdou o Sport do pai dele. Depois saiu pingando em algumas equipes. Acho que o máximo que ficou foi cinco meses na Ponte. Em todos os clubes, ele afasta jogador. É mal-quisto, os jogadores não gostam, não respeitam”, afirmou.
“Ele veio com um ranço do Alecsancro da época do Palmeiras. Saiu do Palmeiras porque não teve capacidade de gerência de grupo. Todos os jogadores daquela época ficaram marcados por ele. Alecsandro nem participou muito porque vivia um caso de doping. Quando chegou ao Coritiba, a primeira coisa foi escantear o Alecsandro. O Alecsandro o procurou, ele disse: ‘fique tranquilo, você é meu artilheiro’. E depois do jogo do CSA afastou ele”, acrescentou.
O empresário afirmou estar em busca de clube para o atacante. O Fortaleza chegou perto de um acerto, mas o Coritiba, segundo ele, não liberou. “O argumento é de que não iria reforçar o adversário”, explicou. “Quer dizer: não quer o jogador e diz que não libera para não reforçar o adversário? Fomos surpreendidos com essa decisão.”
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