Após sucesso na Copa do Mundo, Petkovic lança primeiro livro de poesias
Quem acompanhou o trabalho de Dejan Petkovic como comentarista do SporTV durante a Copa do Mundo pôde ter o primeiro contato com a faceta poeta do ex-jogador. Depois de declarar versos de autoria própria durante participações no programa "Seleção Copa", o sérvio lançou o seu primeiro livro de poesias.
Nascido no dia 10 de setembro de 1972, Petkovic comemorou seu 46ª aniversário no último dia 11, em festa no Rio de Janeiro. Para festejar também sua participação na Copa do Mundo, o ex-meia resolveu juntar os poemas que havia escrito em um livro e distribuí-lo como lembrança aos convidados. Com direito à alcunha de "Poetkovic".
"Era minha festa, meu aniversário, e eu queria dar um presente para registrar esse momento que acho que seria um momento único que eu tive na Copa do Mundo, que não foi premeditado, não foi planejado. Apareceu de repente através de um dos programas, se estendeu durante toda a Copa, pós-Copa, e juntei todos os vinte poemas e decidi dar de presente para meus amigos, convidados. Seria bacana, interessante, simpático, charmoso, e juntei em um livro. Tive essa ideia", contou Petkovic, em entrevista ao UOL Esporte.
A paixão do sérvio pela literatura vem desde a infância e da adolescência, quando ele gostava de ler livros de suspense e policiais. Depois, nas concentrações, foi trocando filmes por livros à medida em que foi amadurecendo.
Poliglota, Petkovic viu seu gosto pela literatura nascer na Sérvia, mas já leu autores de vários países, passando por best-sellers americanos e até pelo brasileiro Paulo Coelho. Hoje, gosta de ler obras voltadas à história. O ex-jogador elogia também os poetas da Rússia, país em que sua obra começou a ser escrita. Mas se nega a dizer em quem se inspirou por ainda não se considerar um poeta.
"Não me atrevo a dizer se tenho inspiração em algum poeta. Eu estava em Moscou, e os russos têm grandes poetas. Mas não me atreveria dizer qual poeta realmente porque acho que estou muito longe, a anos luz de qualquer outro poeta verdadeiro", explicou o comentarista.
"Eu acho que talvez o espírito da Copa me contagiou, e eu tive umas inspirações boas. Gosto um pouco de brincar com as palavras, gosto um pouco de fazer rimas, e às vezes sai uma coisa que possamos chamar de poesia. Mas acho que não tenho realmente muito o dom de escrever. Acho que fui inspirado, dá para brincar um pouco, mas longe de ser uma poesia de um tamanho que possa se comparar com quaisquer escritores importantes. Já escrevi em português, sérvio, espanhol, mas acho que em muito mais tom de brincadeira do que como um poeta ou como um escritor promissor de poesia", reiterou.
De acordo com Petkovic, a inspiração vem de qualquer tema que o comentarista queira se expressar sobre. A partir daí, o sérvio tenta combinar rimas com eloquência e com bom humor. Durante seu trabalho na Copa do Mundo, a poesia que mais fez sucesso foi aquela elogiando a seleção brasileira mesmo após a derrota para a Bélgica.
Como é bonito ver o Brasil jogar
Mesmo perdendo, não vou deixar de parabenizar
E a luta de todos exaltar
Neste time eu vou acreditar
Falta de sorte não vou lamentar
Jogou como grande
Pressionou, chutou, 24 vezes finalizou
Somente faltou o gol acertar
E ser decisivo o nosso Neymar
Por isso não deixo de amar
Esta Copa não vamos levar
Para a próxima vou me preparar
O hexa não me escapa
Ele será nosso no Qatar
Como é bonito ver o Brasil jogar
Apesar da origem da atividade de Petkovic ser a Copa do Mundo, nem todas as suas poesias falam sobre a modalidade.
"Não são todos de futebol, não. Outros assuntos também. Já escrevi poemas para as minhas filhas, meus colegas de trabalho, de futebol, dos jogos. São de algum assunto que te inspiram ou que têm alguma relevância", contou.
A princípio, um segundo livro de poesias não está nos planos. Petkovic mudaria de ideia apenas se a atividade ganhar corpo o bastante para que mais versos possam ser juntados em mais um livro que possa presentear seus entes queridos.
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