Bernard exalta Palmeiras e explica escolha pelo Everton em vez do Brasil
Em ascensão na Premier League, Bernard poderia ter escolhido voltar ao futebol brasileiro no meio do ano, depois de cinco temporadas no Shakhtar Donetsk, mas optou pelo Everton, clube de grande tradição. O Palmeiras, líder do Brasileirão e semifinalista da Copa Libertadores, foi um dos times que procuraram o atacante de 26 anos, que se sentiu atraído pela competitividade e a exposição global da liga inglesa.
“Fiquei muito tempo praticamente escondido no Shakhtar, com apenas seis jogos da Liga dos Campeões por ano para ser visto. Na Inglaterra é diferente, porque o mundo inteiro assiste à Premier League. É o momento de eu aproveitar e colocar dentro de campo aquilo que sei e oferecer o melhor para o Everton”, disse ao UOL Esporte.
“O Palmeiras é um clube enorme e vem muito bem em todas as competições. Saiu da Copa do Brasil, mas fez uma excelente campanha. Vários clubes do Brasil me procuraram, mas achei que não era o momento de voltar. Eu ainda queria desfrutar do futebol europeu”.
De forma gradativa, Bernard convenceu Marcos Silva de que merecia uma vaga entre os titulares do Everton, ao lado de Richarlison. Inicialmente, o clube tratou a chegada do brasileiro com muita cautela. Entre a saída da Ucrânia e a transferência de clube, ele ficou cinco meses sem atuar, de março e a agosto. Neste período, ele foi submetido a uma cirurgia no ombro esquerdo com Rodrigo Lasmar, médico do Atlético-MG e da seleção brasileira. O problema o acompanhava o atormentava há meia década, desde os tempos de Galo.
São seis partidas neste início de trajetória. Com duas assistências nos últimos três jogos, ele foi promovido à ponta esquerda do time pelo mesmo técnico que, ainda no Watford na campanha passada, apostou em Richarlison como jogador de Premier League e o tirou do Fluminense. Na rodada antes da pausa do Campeonato Inglês para amistosos e prosseguimento da Liga das Nações, Bernard serviu o atacante da seleção após fintar dois adversários em linda jogada individual – o lance serviu para abrir o placar na vitória por 2 a 1 sobre o Leicester, o primeiro triunfo fora de casa dos Toffees, que ocupam a 11ª colocação.
“Tenho de dar um passo de cada vez, estou há praticamente dois meses no Everton, é muito pouco tempo. Preciso focar aqui primeiro para quem sabe as coisas acontecerem naturalmente. Claro que qualquer jogador que é convocado um dia e depois não volta a ser chamado, ele tem o desejo de retornar à seleção. Vou trabalhar no Everton e enquanto isso, torcer para o Richarlison, que está indo muito bem com a camisa do Brasil”, afirmou o jogador que disputou a Copa de 2014 e foi descrito por Luiz Felipe Scolari, então treinador do Brasil, como “um guri com alegria nas pernas”.
Em Leicester, Bernard já ganhou uma música especial da torcida do Everton. Ao deixarem o estádio King Power, casa dos campeões de 2015-16, os aficionados entoaram uma adaptação de um sucesso da banda britânica Joy Division, pioneira no pós-punk do fim da década de 1970, para dar um recado aos adversários: “Bernard vai te despedaçar de novo”.
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