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"Museu do futebol", hotel da seleção já foi 'casa' de Sylvinho e de ex-SP

Sopwell House costuma abrigar reforços recém-contratados pelo Arsenal - Marcus Alves/Colaboração para o UOL
Sopwell House costuma abrigar reforços recém-contratados pelo Arsenal Imagem: Marcus Alves/Colaboração para o UOL

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de St. Albans (Inglaterra)

15/11/2018 04h00

Base da seleção brasileira para os seus últimos testes no ano, o hotel Sopwell House, em St. Albans, cidade localizada a 35 km ao norte de Londres, é conhecido de longa data da equipe. Nos últimos anos, Neymar e companhia se abrigaram por diversas vezes em suas instalações, incluindo durante a campanha para a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2012, e contribuíram para o acervo de camisetas em seu saguão - que lhe confere a fama de “museu do futebol”.

Mais do que isso, o lugar, que à primeira vista mais se assemelha a um hotel-fazenda e carrega um ar bucólico com animais ao seu redor, já serviu de “casa” para o auxiliar da seleção brasileira Sylvinho e outros nomes, como o volante Denilson, ex-São Paulo.

A poucos minutos do centro de treinamento do Arsenal, onde a seleção realiza a sua preparação para o amistoso contra o Uruguai, na próxima sexta-feira (16), no Emirates Stadium, ele costuma servir como endereço temporário para reforços trazidos pelo clube londrino antes de encontrarem uma residência fixa nos arredores. Foi dessa forma que a dupla brasileira foi parar em seus quartos.

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A seleção está hoje dividida em uma ala exclusiva e não tem contato maior com o restante dos hóspedes, que o procuram para fugir da agitação de Londres e curtir, por exemplo, o seu spa, circulando de roupão mais do que à vontade para cima e para baixo em seus corredores. A maioria costuma viajar para um período curto de descanso.

Não foi o caso do auxiliar Sylvinho em 1999, quando deixou o Corinthians e se tornou o primeiro brasileiro a assinar pelo Arsenal. Segundo funcionários do Sopwell House contaram à reportagem, ficou mais de um mês no local.

O ex-lateral-esquerdo desembarcou numa altura em que o clube ainda utilizava as dependências do hotel para fazer regenerativo e outros trabalhos. Somente com a contratação do técnico Arsène Wenger, os londrinos viram o investimento em sua estrutura aumentar e inauguraram o seu centro de treinamento.

“Ficávamos muito expostos, mas nunca tivemos nenhum grande problema. De uma forma ou de outra, era agradável trocar ideia com outras pessoas (que estavam hospedadas). Você vê diferentes pessoas e conversa sobre diferentes assuntos. Eu gostava daquela fase”, relembrou o francês Patrick Vieira, em trecho do livro Invincible: Inside Arsenal’s Unbeaten 2003-2004 Season.

Acervo de camisetas e flâmulas dá ares de 'museu' a hotel que recebe seleção - Marcus Alves/Colaboração para o UOL - Marcus Alves/Colaboração para o UOL
Acervo de camisetas e flâmulas dá ares de 'museu' a hotel que recebe seleção
Imagem: Marcus Alves/Colaboração para o UOL

Foi um cenário diferente do encontrado pelo ex-são-paulino Denilson. O volante, hoje no Botafogo-SP, passou quase um semestre morando em uma de suas suítes.

“Eu fui no meio do ano de 2006. Cheguei e fiquei diretamente no Sopwell. O clube havia me deixado de três a seis meses até eu procurar uma casa para morar nesse período. Mas morei um bom tempo no hotel, foi muito bom, bem recebido. Quando cheguei, não falava uma palavra em inglês. Tinha ido com meu ex-empresário, um espanhol”, conta o atleta ao UOL Esporte.

“Na realidade, quem me ajudou, mesmo, foi um português que trabalhava no restaurante. Começamos a pegar amizade, ele me levava nos lugares para que eu conhecesse, então, foi muito legal a experiência. Quando acabava o treino, eu voltava para o hotel, descansava e depois ia até o restaurante para ficar batendo um papo com ele. Ele saía do trabalho, me levava para os lugares, conhecer St. Albans e outros lugares. Sinto muita saudade dessa experiência”, prossegue.

“No hotel, tem várias camisas de clubes, seleções, tudo. Eles têm esse carinho por todas as equipes que passam, guardam e colocam nas paredes. É muito bonito, mesmo”, completa.

Camisa autografada da seleção brasileira é uma das expostas em hotel - Marcus Alves/Colaboração para o UOL - Marcus Alves/Colaboração para o UOL
Camisa autografada da seleção brasileira é uma das expostas em hotel
Imagem: Marcus Alves/Colaboração para o UOL
Em visita da reportagem, foi possível encontrar uma camiseta do Brasil emoldurada com assinaturas de Robinho, Ronaldinho Gaúcho e companhia. Ainda existem outros uniformes, diversas flâmulas e uma foto do primeiro Dream Team do Barcelona, com Stoichkov, Koeman e Pep Guardiola.

“Foi uma experiência maravilhosa. Eu treinava, voltava para casa, usava a academia, a jacuzzi, a piscina, jantava, almoçava, fazia tudo. Até mesmo massagem, quando eram umas 18h”, completa Denilson.

O time comandado por Tite fica no Sopwell House até sábado (17). Depois disso, ele se desloca até Milton Keynes, também nos arredores de Londres, para fechar o ano contra Camarões, na terça seguinte (20).