Levir critica calendário e ataca CBF por "elitizar" o futebol brasileiro
A pergunta era sobre Cazares, mas Levir Culpi acabou aproveitando para deixar sua crítica sobre o que ele diz se tratar de uma "elitização" do futebol brasileiro. Após a vitória do Atlético-MG por 1 a 0 contra o Bahia, no último sábado, o treinador do Galo comentou ter passado de quarto em quarto para conversar com os jogadores, principalmente os estrangeiros que ainda encontram dificuldades em se adaptar à cultura do país. Sincero em toda a entrevista, o comandante prosseguiu e fez críticas à CBF e ao calendário nacional.
"Venho conversando com alguns atletas, a gente procura usar as palavras. Às vezes é difícil, muitos são de fora, às vezes se sentem sozinhos, desamparados, desligados na partida. É difícil morar em outro país. Um país que tem uma exigência espetacular no futebol e que deveria ter na educação. Eu procuro falar com eles, passei de quarto em quarto conversando com os atletas para que se sintam bem e vejam como é a vida aqui no Atlético. Essas emoções é que levam a gente a não querer sair mais do futebol. Futebol sem emoção não tem sentido, quem gosta de adrenalina tem que aprender a viver com isso. É importante que a comissão e o técnico levem essa cultura sobre como funciona aqui no Brasil", disse.
No entanto, Levir foi um pouco mais além e continuou sua declaração, agora criticando alguns problemas no futebol brasileiro, como o modelo de calendário, apertado demais para os grandes clubes, mas curto demais para as equipes que jogam apenas um semestre por temporada.
"O futebol é a melhor coisa que funciona aqui e estão querendo acabar com tudo, a CBF está fazendo força, querendo elitizar o futebol brasileiro. Pelo que eu li, só vai ter dinheiro para poucos clubes. 98% dos atletas ganha até dois salários mínimos. As pessoas escutam isso e começam a rir, parece brincadeira. Tem as séries A, B, C, D, são todos profissionais. Mas eles disputam um campeonato de dois a três meses e o ano acaba para eles, temos que encher mais o calendário, fazer esse pessoal trabalhar. Eles querem acabar com isso. Eu me sinto constrangido com isso porque eu pertenço à classe que deu sorte. Temos que pensar muito no futebol brasileiro, porque o que vem pela frente é covardia", concluiu.
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