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Em alta no Valencia, Neto quase voltou por ausências em Juve e Fiorentina

Fotopress/Getty Images
Imagem: Fotopress/Getty Images

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

24/11/2018 11h00

Neto é titular absoluto do Valencia, da Espanha. Escalado em 15 dos 17 jogos do time na temporada, o goleiro se firma cada vez mais na equipe. Mas nem sempre foi assim em sua carreira. Pelo contrário. Na Europa desde janeiro de 2011, ele demorou a se adaptar ao local.

A Fiorentina, da Itália, foi o seu primeiro clube no continente. Em suas três primeiras temporadas, fez apenas 14 jogos. Nos dois anos seguintes, se tornou titular, passou a brilhar e chamou a atenção da Juventus. No maior time do país, participou só de 22 partidas em 24 meses. Sem se firmar na Itália, pensou em voltar ao Brasil. No entanto, obteve a chance de atuar no futebol espanhol e, em alta, descartou uma volta precoce.

Em entrevista ao UOL Esporte, o goleiro falou sobre o período difícil que viveu na Itália, em Fiorentina e Juventus, e como tem se firmado no Mestalla.

"Foi bastante difícil, porque eu era muito jovem e tinha ficado oito anos no Atlético-PR. No momento que eu saí, não esperava aquilo no futebol europeu. Eu tinha ficado oito anos naquela mentalidade, naquela cultura. Quando saio, me deparo com uma cultura completamente diferente. Foi muito diferente, saí de um Campeonato Brasileiro para me adaptar à Itália. O Campeonato Italiano é difícil. Tive que esperar para me adaptar, é muito complicado. Foram momentos difíceis, mas consegui colher frutos lá na frente", afirmou.

"Foram momentos difíceis. Muitos pensamentos de voltar, muitos momentos de dificuldade. Naquele momento, eu tentava sair, queria ir a algum lugar que pudesse jogar, mas nunca se concretizou. Teve um momento que quase saí para outro clube, mas não saí. Aí acabou que fiquei. Mostrou que a gente não pode planejar tantos as coisas. As coisas saíram da forma correta. A gente não pode criar tanta expectativa. Pela experiência que eu vivi, a gente tem que estar preparado e dar o máximo todo dia, porque a gente nunca sabe quando as coisas vão melhorar", comentou.

No bate-papo com a nossa equipe, ele fala sobre a passagem pela seleção brasileira, a vida no litoral espanhol e o início da carreira no Atlético-PR. Veja, abaixo, trechos da conversa do goleiro com a reportagem:

JUVENTUS

"Cara, foi um momento especial, porque graças ao meu trabalho, eu consegui chegar ao maior clube daquele país naquele momento. É outro clube que me ajudou muito, me ensinou muito e me deu chance de conquistar títulos. Foi o melhor para a minha carreira ver naquele momento que eu não poderia ficar sempre na reserva, precisava tirar um pouco a concorrência. Eu não estava satisfeito com aquela condição naquele momento. Eu precisava buscar um time que pudesse ser titular e pudesse ter continuidade para mostrar o meu valor. O que importa são as oportunidades. Quando você não tem oportunidade de jogar, você acaba tendo dificuldades de alcançar seus objetivos".

SELEÇÃO BRASILEIRA

"Essa experiência é uma história que vou poder contar para todo mundo. Fica registrado, porque é o que fica. O importante da vida no futebol é ter esse tipo de oportunidade e momentos importantes".

TAFFAREL

"É superprofissional. É uma pessoa de influência muito positiva. É gostoso ter a companhia dele. Eu tive a oportunidade de ter uma ótima relação com ele. O futebol te proporciona coisas que, talvez, outro trabalho não permita. Eu tenho contato com um cara que foi meu ídolo, que é o Taffarel. Meu contato com o Taffarel é muito bom, muito profissional".

PAI GOLEIRO

"Meu pai também foi goleiro. Quando ele jogava no interior de Minas, no Araxá, foi quando eu nasci. Quando terminou o contrato dele, a minha família se mudou junto com ele. Influenciou sim. Ele foi meu maior inspirador. É a pessoa na qual eu me espelhei. A primeira vez que o vi jogando, foi o que me fez ter inspiração para me tornar goleiro. Cara, é legal, porque meu pai sempre me cobrava muito na minha infância. Ele me dava toques na parte técnica. Ele me dava treinamento. Me levava para escolinha para jogar como goleiro e eu ia absorvendo tudo. Hoje em dia, é mais naquela parte de ajuda, para dar incentivo depois dos jogos. A parte técnica ficou para trás. Cornetar não pode (risos). Já tem muita gente que me corneta, o pai é melhor não".

INSPIRAÇÃO NO GOL

"Durante a minha infância, nas categorias de base, passam tantos goleiros que a gente se lembra de muitos. Não tem como não falar do meu pai, ele é a motivação que tive. Posso enumerar tantos goleiros, porque quando a gente é garoto, a gente joga com tantos. O essencial, para mim, foi ter o meu pai nessa posição".

IDA PARA O VALENCIA

"É meu segundo ano no Valencia. Quando eu decidi vir para a Espanha, recebi a oportunidade de vir para o Valencia, estava na Juventus e não estava tendo a quantidade de jogos que eu gostaria e que fazia bem para mim. Recebi o projeto do Valencia com a possibilidade de ter a sequência que eu necessitava. Me senti novamente protagonista por ter essa oportunidade aqui no Valencia".