Vasco apresenta projeto de R$ 208 mi para São Januário com entrega em 2027
Em evento realizado na noite desta terça-feira, no centro de convenções Bolsa do Rio, para parceiros comerciais e investidores, o Vasco detalhou o projeto de reforma e ampliação de São Januário para cerca de 41 mil pessoas com prazo final para ficar pronto em 2027. Ele prevê um orçamento de R$ 208 milhões sendo financiado por um fundo imobiliário.
Em seu desenho, as principais novidades são o fechamento do anel da arquibancada, criação de um estacionamento de 800 vagas e duas torres que ficarão ao lado do novo setor para o público, que será construído atrás de um dos gols, preservando a tradicional capela.
Uma destas torres será destinada aos torcedores, com andares que abrigarão museu, sala de troféus, megaloja, sócio-torcedor e um restaurante com vista para o campo. A outra abrigará a parte administrativa.
O projeto, capitaneado pelo urbanista vascaíno Sérgio Dias, prevê ainda que a reforma acontecerá em partes, sendo o setor social o primeiro de grande porte a passar por obras, com a mudança para assentos rebatíveis e a construção de três níveis de camarotes, que já gerariam retorno financeiro antes mesmo que fiquem prontos.
Vale ressaltar que da capacidade de 41 mil pessoas, estima-se que 30 mil serão sem assentos, preservando a arquibancada de cimento e o aspecto "raíz" de São Januário.
O parque aquático será preservado e um setor social com piscina, bares e outros itens será construído. A ideia é ter também ter uma grande praça de convívio para os torcedores com o estacionamento ficando no subsolo.
Já a primeira intervenção em São Januário para o primeiro semestre de 2019 será a nova iluminação no estádio e no campo, uma exigência da TV.
O entorno do estádio passará por uma melhoria em possível parceria com a prefeitura, incluindo um trajeto de BRT (ônibus expresso que liga diversos pontos da cidade).
Vice-presidente de Controladoria e um dos palestrantes, Adriano Mendes detalhou como este fundo imobiliário será operacionalizado para viabilizar a reforma no estádio:
"Tem uma conta que tem uma vantagem para esse projeto: o custo é baixo. Se olhar nos últimos anos os projetos no Brasil, como concessões de aeroporto e etc, é tudo muito caro. E aí tem os fracassos nas receitas que você não conta. O projeto já se viabiliza com a venda de camarotes, mas aí você também tem a torre comercial, estacionamento e outros valores que valorizam. Esse potencial que os fundos viram. O que vai se fazer é remunerar esses fundos através de cotas que se colocam, que será investido no estádio, e que vai ser dada uma remuneração com base nesse valor que você colocou. Dada a rentabilidade e o risco baixo de cobrir esse valor de 208 milhões, além do ativo que eu tenho do governo de resolver essa questão do entorno, eu já tenho atratividade junto aos fundos", explicou Mendes, dando mais detalhes:
"Basicamente, você vai comprar uma cota com percentual de investimento colocado e vai receber um percentual que deriva daquilo ali. Dada essa rentabilidade, o fundo se extingue e o estádio é do Vasco. Tem um tempo para remunerar o investimento que você colocou".
Destacando que as taxas brasileiras estão baratas, o vice de Controladoria ressaltou que a ideia do fundo imobiliário é atrair tanto o pequeno quanto o grande investidor, revelando que conversas já acontecem com um de maior porte.
"Um orgulho que a gente tem como vascaíno é ter construído o estádio da forma como foi. Um fundo como esse, com atratividade razoável, já vai atrair um grande investidor que a gente está conversando, mas ele vai atrair também o pequeno investidor vascaíno que vai ajudar a reerguer São Januário e colocar nos moldes que foram apresentados no evento", declarou.
CT de 45 milhões
No evento também foi apresentado o projeto para o centro de treinamento. Um terreno inicial de cerca de 56 mil metros quadrados em Vargem Grande (RJ) está em vias de ser cedido pela prefeitura do Rio de Janeiro, mas pode chegar a 110 mil metros quadrados caso a região ao lado também seja concedida.
A ideia com o espaço inicial é construir sete campos, um alojamento para 200 atletas e uma escola para os jovens da base. O valor de investimento estimado é de R$ 45 milhões, sendo R$ 18 milhões somente para os trabalhos de geotecnia e terraplanagem. A obra também seria custeada por um fundo imobiliário.
A conclusão e entrega é prevista para o segundo semestre de 2024.
Atualmente o Vasco treina em um CT alugado, também em Vargem Grande com contrato até 2020.
Projeção de redução da dívida em quase R$ 400 mi em 6 anos
Antes da apresentação do projeto de reforma de São Januário e da construção de um centro de treinamento, o Vasco fez um balanço financeiro e demonstrou uma projeção otimista de redução da dívida total do clube no período de seis anos.
De acordo com Adriano Mendes, o clube já conseguiu reduziu o déficit de R$ 586 milhões, em 2017, para R$ 506 milhões, em 2018. Baseado em números obtidos nesta temporada e outros que já se podem lançar a frente, o Cruzmaltino estima chegar em 2024 com uma dívida reduzida a R$ 133 milhões.
Em termos de lucros líquidos, a ideia é saltar de R$ 67 milhões, em 2018 (maior lucro da década), para R$ 117 milhões, em 2024.
Já as despesas foram reduzidas de R$ 183 milhões em 2017 para R$ 168 milhões em dezembro de 2018.
Por fim, a estimativa de resultado final de fluxo de caixa é a de passar de R$ 27 milhões negativos, em 2019, para um superávit de R$ 102 milhões, em 2024.
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