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Goleador, brasileiro quer fazer história no Mundial antes de voltar ao país

Atacante de 24 anos defendeu só dois clubes e já passa de 70 gols marcados na carreira - Andrew Boyers/Reuters
Atacante de 24 anos defendeu só dois clubes e já passa de 70 gols marcados na carreira Imagem: Andrew Boyers/Reuters

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

21/12/2018 04h00

Ele é brasileiro e pode ser campeão do Mundial de Clubes neste sábado, em final disputada a partir de 14h30 em Abu Dhabi. Só que ele não é nem Casemiro, nem Marcelo e nem Vinicius Júnior. Aos 24 anos, o meia-atacante Caio Lucas é uma das principais referências técnicas do Al Ain, time dos Emirados Árabes que eliminou o River Plate e enfrenta o Real Madrid para ser ainda mais zebra em 2018. O brasileiro tem um gol e uma assistência em dois jogos no Mundial e engordou as estatísticas de uma carreira de apenas seis anos, muita projeção e nenhuma partida disputada no país onde nasceu.

Como contou o UOL Esporte, Caio nunca jogou no futebol brasileiro. Ele esteve nas categorias de base do São Paulo, mas foi dispensado aos 15 anos por ser franzino demais e só despontou no Japão, país onde morava para estudar. Foi descoberto pelo Kashima Antlers (curiosamente, que disputa o terceiro lugar com o River Plate) e se transferiu para o Al Ain em 2016. São 206 partidas como profissional, 72 gols e 70 assistências até agora. Além de um desejo: voltar ao futebol brasileiro em um futuro próximo.

"Tive uma passagem rápida no futebol brasileiro, comecei jogando na minha cidade, e aí fui para o São Paulo, fiquei um tempo em Cotia e depois fui para o Japão. Saí do Brasil para ir em busca do meu sonho, para proporcionar uma vida melhor para mim e para minha família. Graças a Deus as coisas aconteceram e estou muito feliz hoje. Tenho sim o desejo de voltar ao Brasil, mas hoje meu foco é o Al Ain, quero fazer ainda mais história por aqui", conta o jogador, que atuou na base do São Paulo ao lado de nomes como Lucas, Rodrigo Caio, João Schmidt e Ademilson.

Caio Lucas e Pinola - Kamran Jebreili/AP - Kamran Jebreili/AP
Brasileiro divide com Pinola, do River Plate, durante a semifinal do Mundial
Imagem: Kamran Jebreili/AP

Segundo Toninho Cerezo, técnico que profissionalizou Caio no Kashima Antlers, "um clube de São Paulo que está com dinheiro" procurou o jovem atacante enquanto ele ainda jogava no Japão. O estafe do jogador recebeu outras sondagens de clubes brasileiros, mas a volta para casa deve demorar um pouco mais: ele tem sido observado por grandes clubes internacionais, como Porto e Benfica, e tem contrato somente até junho do ano que vem, o que facilita uma possível negociação. O futuro está indefinido.

Em campo, o Mundial de Clubes só ajuda. Contra o Team Wellington, da Nova Zelândia, nos play-offs, o time da casa empatou em 3 a 3 e se classificou nos pênaltis. O brasileiro fez um gol anulado pelo árbitro de vídeo, acertou a trave e deu uma assistência. Depois, na vitória por 3 a 0 sobre o Espérance, da Tunísia, o brasileiro fez toda a jogada do último gol. E por fim, nas semifinais contra o River Plate, um gol marcado no empate em 2 a 2 do tempo normal e o pênalti convertido na classificação.

"Eu queria fazer um bom Mundial, comecei bem a temporada, mas sei que posso render muito mais. Então vou continuar trabalhando para ajudar minha equipe e meus companheiros. Nós entramos neste Mundial com o objetivo de ir o mais longe possível, de conquistar o máximo que puder, e graças a Deus as coisas deram certo até aqui", diz o jogador brasileiro, referência de um time que chutou quase 50 vezes ao gol nas quartas e semi do Mundial e trocou mais de mil passes. 

"O continente asiático vem mostrando uma evolução muito grande nos últimos anos, aqui nos Emirados, o Japão e a China estão em uma crescente muito boa. Minha experiência aqui tem sido incrível."

A Ásia pode fazer seu primeiro campeão mundial neste sábado, nos Emirados Árabes. É por isso que Caio Lucas sonha em fazer história.