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Petraglia pediu novas cores e mais destaque ao nome Paranaense para agência

Agência elaborou modelo que foi desaprovado e cujo pagamento está em debate na Justiça - Reprodução/G8 Design
Agência elaborou modelo que foi desaprovado e cujo pagamento está em debate na Justiça Imagem: Reprodução/G8 Design

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

22/12/2018 04h00

A mudança de identidade visual do Atlético-PR divulgada na véspera da decisão da Copa Sul-Americana poderia ter sido ainda mais profunda. A agência G8, que foi contratada pelo Furacão ainda em maio de 2017 para fazer o trabalho, divulgou que o pedido de Mario Celso Petraglia era para que o clube tivesse novas cores e destacasse mais o Paranaense no nome: "não mais Atlético", diz o texto divulgado pela empresa em sua página no Facebook.

Gustavo Guimarães, dono da G8 Design, explicou a negociação que hoje rende uma ação contra o agora Athetico Paranaense na Justiça. "O assunto de mudança de marca vinha sendo pensado por eles há algum tempo. A gente já havia feito alguns trabalhos para eles e, por ser um assunto de sigilo, fomos convidados a apresentar o nosso layout. Quando a gente apresentou o Atlético não passava uma boa fase. Foi em maio do ano passado", contou ao UOL Esporte.

Briefing CAP - Reprodução/G8 Design - Reprodução/G8 Design
Pedido divulgado pela G8 Design
Imagem: Reprodução/G8 Design

O pedido de Petraglia foi divulgado pela agência: "Precisamos fugir das cores (poderá ser usada qualquer cor), criarmos uma identidade própria, identificarmos o nome que temos, PARANAENSE, e não mais Atlético! Se usarmos o Athletico, que seja com H como fomos registrados (...) Ou seja, não será fácil, precisamos fugir do lugar comum, nos despolarizarmos de marcas de clubes de futebol!". A empresa também divulgou modelos de aplicação da marca que elaborou: "Não estamos divulgando em retaliação, nada. É parte do nosso portfólio. Temos mais modelos assim. Não é uma desforra."

O projeto não avançou porque, de acordo com Guimarães, o diretor que os contratou acabou saindo do Atlético-PR e Petraglia então rompeu o acordo. "O Mario Celso (Petraglia) disse que não queria mais nada do cara. Eles estão alegando que a pessoa não tinha autonomia e nós estamos na Justiça", disse o designer, que preservou o nome do então diretor. O processo corre em segredo de Justiça. "A gente tinha acesso direto com o Petraglia, agendamos uma reunião para ver como ficaria. No final do ano passado fomos informados que poderíamos apresentar nota. Era um contrato no risco: se aprovado, receberia um tanto, se não, outro tanto em dinheiro. E mandaram fazer a nota de não aprovado, porque já haviam pego um escritório em São Paulo."

Camisas CAP - Reprodução/G8 Design - Reprodução/G8 Design
Modelos de camisas: "fugir das cores"
Imagem: Reprodução/G8 Design

Sobre as mudanças pedidas, Gustavo explicou: "(Um projeto) Que funcionassem várias cores, com diversos espectros de cores, para que os jovens pudessem comprar, digamos, uma camisa roxa. E como o Atlético passa por uma fase de grande clube, tem participado de campeonatos internacionais, lá fora eles chamam de Paranaense, por que muitos são 'Clube Atlético'".

A agência que acabou realizando a mudança da marca foi a OZ Estratégia & Design, de São Paulo. Além da mudança de escudo, o Atlético-PR passará a usar oficialmente o H no nome, "Athletico", em resolução determinada para 1º de janeiro, ainda que o clube já tenha adotado a prática em seu site e redes sociais.

O Atlético-PR foi procurado para comentar as ideias iniciais de Petraglia. O clube, no entanto, não responde qualquer solicitação do UOL há dez dias.