Decisão de Supercopa tem busca de CR7 por 1ª taça, Paquetá e polêmicas
Normalmente a final da Supercopa é um evento protocolar na temporada de um país, que não costuma atrair tanta atenção assim, de clubes ou torcedores. Mas a decisão da Itália nesta quarta-feira contraria essa regra. O embate entre Juventus e Milan marcado para a Arábia Saudita reúne uma série de elementos difíceis de ignorar, esportivos e políticos.
O jogo no King Abdullah Sports City, às 15h30 (de Brasília), pode marcar a primeira conquista de Cristiano Ronaldo com a camisa da Juventus. Pelo lado do Milan, o brasileiro Lucas Paquetá também pode ser campeão pela primeira vez jogando no exterior, apenas em sua segunda partida pelo novo clube.
Mas as polêmicas fora de campo têm ofuscado o noticiário esportivo dessa decisão, que opõe o ganhador da Série A do Campeonato Italiano com o da Copa da Itália na temporada anterior (a Juventus levou as duas competições, e o Milan foi vice da Copa). A escolha da Arábia Saudita como sede da final mexeu em dois "vespeiros" político e financeiros.
A partida acontece apenas alguns meses depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, em crime internacionalmente atribuído ao governo do país - do qual Khashoggi era crítico. Por isso, os dirigentes do futebol italiano vêm sendo alvo de protestos e pressões para o cancelamento do jogo.
O sindicato dos jornalistas da RAI, a rede estatal de rádio e TV da Itália, que transmitirá a partida, chegou a declarar que era "absurdo e inaceitável" que o jogo fosse realizado após o assassinato de Khashoggi, em outubro, em crime que agentes dos serviços de inteligência americana concluíram ter sido realizado por ordem do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, para todos os efeitos o líder real da Arábia Saudita.
A Supercopa da Itália já foi disputada em território estrangeiro em nove oportunidades, entre as quais uma vez em Trípoli, a convite do então ditador líbio Muammar Gaddafi, uma controversa figura da política internacional, assassinado em 2011.
A segunda polêmica reside numa questão política entre duas nações da comunidade árabe. A emissora BeiN Sports, que pertence ao governo do Qatar, solicitou que o jogo entre Juventus e Milan fosse disputado fora do território saudita.
Tudo porque, após o recente encerramento das relações diplomáticas entre Qatar e Arábia Saudita, a rede de TV saudita BeoutQ começou a ser acusada pela BeIN Sports e também pela Fifa de piratear o sinal dos jogos internacionais.
Em campo, Cristiano e Paquetá são atrações
Foram somente 24 jogos oficiais, mas Cristiano Ronaldo já pode ser campeão pela Juventus pela primeira vez nesta quarta-feira. Depois de um início tímido pela nova equipe, bastante discreto inclusive na fase de grupos da Liga dos Campeões, o português aos poucos vai vendo sua performance evoluir. O ritmo de artilheiro que o mundo se acostumou parece enfim ter sido recuperado. Assim, o astro pode chegar ao 27º título da carreira na partida da Arábia Saudita.
Do outro lado da decisão estará o Milan, que num passado não muito distante foi um "papa títulos", dentro da Itália e também em âmbito europeu. Mas agora os tempos são outros, sem muito dinheiro, de escassez de troféus e com aparições raras na Liga dos Campeões. Por isso, uma novidade como a chegada de Lucas Paquetá já agita com a fanática torcida de Milão.
O brasileiro de 21 anos chegou à Itália recentemente e já viveu uma semana bem intensa. O novo reforço do Milan desembarcou no último domingo, foi apresentado na terça, participou de todos os treinos e fez sua estreia pela equipe no sábado seguinte, na vitória sobre a Sampdoria por 2 a 0, pela Copa da Itália.
Paquetá teve atuação discreta, mas participativa, permanecendo em campo por quase todos os 90 minutos de jogo. No fim, ganhou elogios entusiasmados do técnico Gennaro Gattuso. Nesta velocidade de novidades, o camisa 39 já está relacionado para a partida desta quarta contra a Juventus na Arábia Saudita. O ex-flamenguista é a aposta contra os favoritos de Turim.
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