Pedro Carmona lembra gol contra o Ajax: 'Para o Palmeiras, significa pouco'
O relógio já indicava os acréscimos do segundo tempo. Aos 49 min, Luan abriu na esquerda, recebeu de Gerley e cruzou; na área, Pedro Carmona apareceu e mandou de cabeça para o fundo das redes.
O torcedor do Palmeiras não se esquece desse gol - e nem o próprio Pedro Carmona.
Em 14 de janeiro de 2012, o time paulista recebeu o Ajax para amistoso no estádio do Pacaembu e venceu por 1 a 0. Autor do gol, o então camisa 21 comemorou imitando a defesa de Marcos, então recém-aposentado e grande homenageado daquele dia, no pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, ídolo do Corinthians, nas semifinais da Copa Libertadores de 2000.
Hoje, passados sete anos daquele jogo, Pedro Carmona reforça o Grêmio Novorizontino no Campeonato Paulista de 2019. E, apesar do folclore, afirma: para o Palmeiras, aquele gol "significa muito pouco".
"O pessoal brinca bastante com esse momento. Não é que foi um momento marcante para a torcida do Palmeiras. Para o Palmeiras, significa muito pouco", explica, em tom modesto, ao UOL Esporte. "Mas para mim, marcou. Foi meu gol com a camisa do Palmeiras", completou.
De fato, durante a passagem pelo Palmeiras entre 2011 e 2012, Pedro Carmona não voltou a balançar as redes. Contratado após boa passagem pelo Criciúma, o meia fez apenas 12 jogos pelo time alviverde, sendo 11 oficiais. Em maio de 2012, deixou o clube e se transferiu para o São Caetano.
Mas talvez seja justamente a discrição da passagem de Pedro Carmona pelo Palmeiras que tenha tornado o gol tão emblemático. Não apenas pelo pouco aproveitamento, mas também pelo adversário. Em campo, o Ajax do técnico Frank de Boer contou com jogadores como Jasper Cillessen (goleiro, atualmente no Barcelona), Toby Alderweireld, Jan Vertonghen (dupla de zaga belga que hoje defende o Tottenham) e Daley Blind (lateral esquerdo), entre outros.
"Anos depois, uma galera estava na Copa do Mundo", lembrou o meia. "O pessoal ainda diz na brincadeira: O Messi não fazia gol no Cillessen, e eu tinha feito."
Poucas chances no Palmeiras
Desde aquele gol, Pedro Carmona já passou "por momentos de críticas e de elogios", como ele mesmo diz. Depois do Palmeiras e São Caetano, vestiu as camisas de clubes como Náutico (2014 a 2016), Vila Nova, Oeste (ambos em 2016), Audax, Fortaleza (em 2017) e Paysandu (2018).
O Palmeiras também viveu altos e baixos. Em 2012, foi campeão da Copa do Brasil e rebaixamento no Campeonato Brasileiro. De lá para cá, subiu, repetiu o título da Copa do Brasil (2015) e foi campeão brasileiro (2016 e 2018).
No Palmeiras, lembra com carinho do trabalho ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari, responsável por indica-lo à diretoria. De volta ao clube em 2018, Felipão levou o Palmeiras ao título do Brasileirão.
"Tive poucas oportunidades. Lembro mais de sair do banco, com poucas partidas como titular", conta o meio-campista. "Houve vezes em que eu consegui fazer coisas para ajudar o time e outras em que não. Alguns devem lembrar de bons momentos e outros devem lembrar de momentos ruins. Mas foi uma grande experiência. Trabalhei com grandes jogadores e com o Felipão."
Louco? Planos (desde os 20 anos) para a aposentadoria
Pedro Carmona fez parte do elenco do Paysandu que foi rebaixado na Série B do Campeonato Brasileiro de 2018. O resultado ruim do time paraense, no entanto, não fechou as portas do mercado para o meia. Em 2019, ele foi cotado como reforço do Santa Cruz - especialmente por conta de sua passagem pelo Náutico.
"Eu tenho uma relação muito boa com o Tininho (apelido de Constantino Júnior, presidente do Santa Cruz). Desde que joguei no Náutico, a gente sempre manteve contato, não só como jogador e diretor, mas uma amizade, uma relação aberta", explicou. "Ele veio conversar comigo, mas eu falei da minha intenção, do meu futuro. A gente não chegou a avançar, conversar de valores, de contrato. Ele tinha a vontade de que eu jogasse lá, mas eu não sabia o que viria pela frente para mim", completou.
O que viria pela frente seria uma proposta do Novorizontino para jogar o Paulistão. E ele, que já havia passado pelo clube em 2016, topou. Na primeira passagem, com seis gols, ele foi o artilheiro do time no campeonato estadual.
"Quando passei por aqui em 2016, o Novorizontino vinha de um acesso (em 2015) na Série A-2. Todo time que passa muito tempo nas divisões abaixo e sobe tem sempre aquela dúvida do que vai acontecer. Mas encontrei um ambiente muito profissional, uma torcida calorosa. (Novo Horizonte) é uma cidade pequena, mas o pessoal gosta de apoiar o time", lembra. "É por esses motivos que se mantem até hoje na Série A-1. Hoje, é um clube muito bem falado entre os atletas", assegura.
Contratado até o final do Paulistão, Carmona ainda não sabe o que fará depois do torneio. Mas diz que, aos 30 anos, ainda está longe de pendurar as chuteiras - o que, segundo ele, deve demorar ainda algum tempo.
"Pode me chamar de louco, mas eu já pensava no meu término de carreira desde meus 20 anos. Sempre planejei minha vida, de deixar tudo no eixo. Planejava meu fim de carreira até os 36, 37 anos. Tem uns anos ainda para queimar essa lenha", projeta.
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