Flamengo tem imagem de organização arranhada e dura batalha por recomeço
Receita milionária, clube superavitário, mais de R$ 100 milhões gastos em reforços para 2019. Há pouco mais de uma semana, o Flamengo tinha caminho pavimentado para uma temporada de possíveis boas notícias. O incêndio que matou dez meninos das categorias de base, no entanto, mudou tudo. A vida dos familiares das vítimas jamais será a mesma. Por sua vez, o Rubro-negro teve considerável abalo na imagem e vê um trabalho duro pela frente para recuperá-la.
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Nos últimos anos, o clube mais popular do país fez um projeto de recuperação financeira, administrativa e estrutural. A construção dos dois módulos no CT Ninho do Urubu e o pagamento de dívidas deram ao Flamengo uma imagem de organização, que foi absolutamente arranhada na tragédia.
Os tristes acontecimentos e as investigações dos órgãos competentes indicam algumas "pontas soltas" em meio ao processo. Na ocasião da construção da provisória Arena da Ilha, diversos questionamentos foram feitos, pois as falhas no processo surgiram. O desabamento das torres de iluminação há um ano e detalhes das obras seguem em investigação pelas autoridades.
Ali, a organização já havia sido questionada internamente e também por alguns setores da imprensa. O incêndio no Ninho do Urubu deixou o Flamengo em situação delicada, já que obriga o recomeço de um trabalho de imagem tão importante na era das redes sociais e de uma informação cada vez mais veloz.
As multas não pagas, a manutenção do local, liminares, interdições não cumpridas e ausência das documentações necessárias. Tudo depõe contra o trabalho do Flamengo, embora não seja o clube o único responsável. A diretoria comandada pelo presidente Rodolfo Landim tem logo no início um desafio enorme e inesperado.
O mandatário e sua equipe terão, de fato, que reconstruir a imagem do clube no mercado e junto aos torcedores, não apenas os rubro-negros. Por outro lado, pontos da administração anterior - que não eram questionados - passaram a ser. A própria inauguração do módulo profissional do CT está entre eles.
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Foi em 30 de novembro do ano passado que a gestão Eduardo Bandeira de Mello celebrou a obra de R$ 23 milhões. A inauguração aconteceu dias antes da eleição que terminou com a vitória da oposição liderada por Landim. Ainda que inaugurado, o CT não estava pronto. Faltavam os campos e ajustes que ainda são realizados. Tanto que o time profissional só começou a treinar lá três dias antes do incêndio.
Todo o processo atrasou a mudança das categorias de base para o módulo usado até recentemente pelo elenco principal. Erros de planejamento ficaram escancarados. A tão decantada organização dos últimos anos se viu em xeque. A maior tragédia da história de 123 anos do clube aconteceu e será preciso se organizar - de fato - para traçar um caminho de vitórias dentro e fora das quatro linhas.
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