Mãe de Daniel depõe cara a cara com Brittes: "Ele ligou oferecendo ajuda"
Um dos depoimentos mais aguardados do segundo dia da audiência de instrução do caso Daniel aconteceu na tarde de hoje. Trata-se da Eliana Correa, a mãe de Daniel, que chorou ao depor sobre a personalidade do filho único, o jogador assassinado em outubro de 2018.
Eliana ficou cara a cara com Edison Brittes Júnior, réu confesso pela morte de Daniel após sessão de espancamento, e dos outros seis indiciados. A possibilidade dependia da aceitação dos próprios denunciados, o que aconteceu. Na sala, ela sentou próxima à mesa principal de audiência. Juninho ficou distante dela, numa cadeira encostada na parede da sala.
A mãe de Daniel falou sobre a ligação que recebeu de Edison Brittes, quando ainda procurava descobrir o paradeiro do filho. "Ele me ligou oferecendo ajuda. Foi de uma frieza desumana", afirmou em depoimento.
No momento que Eliana falava sobre o contato telefônico com Juninho, a defesa dos Brittes se exaltou e a juíza Luciani Regina Martins de Paula pediu para que o advogado Cláudio Dalledone Júnior tivesse paciência com a testemunha.
Antes de entrar para depor, Eliana falou com os jornalistas sobre encontrar Juninho. "Por que não me encarar? Eu sou mãe dele. Não vou falar coisas ofensivas, não preciso disso. Eles já sabem o que são. Eles são monstros, não são pessoas normais, e não podem viver no convívio com pessoas de bem", disse.
O depoimento
O promotor do caso João Milton Salles iniciou o depoimento questionando a mãe de Daniel sobre a personalidade do filho e sobre o que soube sobre o homicídio.
Na sequência foi a vez de Cláudio Dalledone Júnior. O advogado da família Brittes questionou Eliana sobre fotos de Cristiana dormindo, que ele teria enviado a um grupo de WhatsApp de amigos sobre baladas e que agora fazem parte do processo. A resposta foi negativa.
"Ele avisava que iria sair, mas não detalhava esses relacionamentos", disse Eliana ao ser questionada sobre se acompanhava a vida do filho e seus relacionamentos com mulheres.
A defesa de Edison Brittes Júnior, Cristiana e Allana alega que Daniel tentou abusar de Cristiana Brittes e que Juninho agiu em defesa da mulher. Fotos de Daniel ao lado da mulher desacordada foram encontradas em celulares de amigos, inclusive com um áudio sobre "a coroa", como o próprio jogador diz.
Entenda o caso:
Daniel Correa foi morto no dia 27 de outubro de 2018 depois da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes. Após celebração em uma boate de Curitiba, todos seguiram para a casa da aniversariante, onde o jogador foi espancado antes de ser levado dali de carro para a morte.
Daniel foi degolado e teve o pênis cortado. Edison Brittes Júnior, pai de Allana, confessou o crime. No carro que levou o jogador para ser morto ainda estavam David Vollero, Ygor King e Eduardo da Silva, também presos acusados de participação no homicídio.
Segundo Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, Daniel tentou abusar de sua mulher, Cristiana Brittes, e por isso iniciou a sessão de espancamento do jogador, ainda em sua casa. Cristiana e a filha Allana também estão presas.
A polícia afirma que, além de ter matado Daniel, Edison Brittes ameaçou testemunhas do crime e fez com que todos os presentes na casa limpassem o local para apagar as provas de que Daniel esteve ali.
A sétima ré denunciada à Justiça é Evellyn Perusso, ficante de Daniel na noite anterior ao crime. A garota, amiga de Allana, responde por falso testemunho e denunciação caluniosa.
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