Investigador: No carro com Brittes, "Daniel pedia desculpas e socorro"
No segundo depoimento de hoje da audiência de instrução do caso Daniel, o investigador Marcelo Brandt, da Polícia Civil de São José dos Pinhais-PR, descreveu o trajeto percorrido por Daniel, Edison Brittes Júnior e os outros três ocupantes do Veloster preto antes do assassinato do jogador.
Segundo o investigador, o percurso da casa dos Brittes até o local do crime durou 30 minutos. "Brittes põe Daniel no carro, outros entram no carro e foram em direção ao pedágio. Lembraram que tem câmera de segurança e procuraram um lugar ermo na Borda do Campo. No caminho, Daniel pedia desculpas, socorro. Brites e companhia o ameaçavam", relatou Marcelo Brandt, que creditou a descrição ao próprio Edison Brittes Júnior.
Leia mais:
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- 2º dia: Audiência tem grito de juíza e relato de beijo roubado por Cristiana
O investigador também fala de uma conversa com Cristiana Brittes, já na delegacia, na qual a mulher de Juninho teria declarado: "Esse menino destruiu minha vida".
Cristiana pediu que o espancamento de Daniel não continuasse na casa da família, diz Brandt. "Ela interveio e pediu pra que não continuasse na casa dela. Eu perguntei pra Cristiana e ela disse que 'esse menino destruiu minha vida'. Eu perguntei por que não chamou a polícia. Para mim, ficou claro que ela não conseguiu evitar. Eu perguntei por que não evitou, ela não soube responder", contou.
Beijo roubado de Cristiana
Marcelo Brandt foi questionado sobre o depoimento de Lucas Muner, amigo de Daniel, que relatou ter tido um beijo roubado de Cristiana durante a festa de aniversário de Allana, na noite anterior ao crime. "Pra policia oficialmente ele não falou, mas comentou pra gente, prévio à oitiva. Disse que Cris estava bêbada, deu selinho nele, teve uma cena de ciúme. Para gente não tem pertinência. Ele disse que ela estaria bem à vontade, estaria 'dando mole'", contou.
Terceiro dia de audiência:
Hoje as últimas testemunhas de acusação serão ouvidas na audiência de instrução do caso Daniel. O primeiro foi o delegado Amadeu Trevisan, que deu o depoimento mais longo até aqui, 4 horas. O investigador Izaudino dos Reis será o último policial a falar.
Antes da audiência de hoje começar, a defesa da família Brittes falou à imprensa que ingressou com pedido de habeas corpus para libertar Allana Brittes. Segundo o advogado Renan Pacheco, as testemunhas que falaram à Justiça em condição de sigilo isentam a filha do casal de participação no ato de coagir testemunhas.
Os dois primeiros dias de depoimentos foram marcados por falas emotivas da família de Daniel e por desavenças entre advogados de defesa e acusação.
Audiência continua em abril
Os depoimentos das 14 testemunhas de acusação acabarão hoje. Na sequência, devem ser ouvidas as testemunhas de defesa e, por fim, os réus.
Os arrolados pelos defensores dos réus, no entanto, serão ouvidos apenas em abril, com a transferência da audiência para os dias 1º, 2 e 3 deste mês. O advogado Rodrigo Faucz Pereira e Silva, responsável pela defesa dos réus Ygor King e David Vollero, confirmou a informação à reportagem do UOL Esporte.
O advogado de Ygor e David havia inicialmente pedido a anulação dos dois primeiros dias de audiência por não estar presente, mas o pedido foi negado pela juíza da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais (PR) Luciani Regina Martins de Paula. Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado.
Entenda o caso
Daniel Correa foi morto no dia 27 de outubro de 2018 depois da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes. Após celebração em uma boate de Curitiba, todos seguiram para a casa da aniversariante, onde o jogador foi espancado antes de ser levado dali de carro para a morte.
Daniel foi degolado e teve o pênis cortado. Edison Brittes Júnior, pai de Allana, confessou o crime. No carro que levou o jogador para ser morto ainda estavam David Vollero, Ygor King e Eduardo da Silva, também presos acusados de participação no homicídio.
Segundo Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, Daniel tentou abusar de sua mulher, Cristiana Brittes, e por isso iniciou a sessão de espancamento do jogador, ainda em sua casa. Cristiana e a filha Allana também estão presas.
A polícia afirma que, além de ter matado Daniel, Edison Brittes ameaçou testemunhas do crime e fez com que todos os presentes na casa limpassem o local para apagar as provas de que Daniel esteve ali.
A sétima ré denunciada à Justiça é Evellyn Perusso, ficante de Daniel na noite anterior ao crime. A garota, amiga de Allana, responde por falso testemunho e denunciação caluniosa.
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