Por que o Palmeiras segura "medalhões" e prefere vender promessas da base
A maneira encontrada pelo Palmeiras para manter o elenco campeão brasileiro e pagar todas as suas contas em dia foi explorar as categorias de base. O clube admite negociar algumas de suas revelações para continuar com atletas que considera já prontos.
É por isso que o clube preferiu recusar propostas de 20 milhões de euros por Dudu, 18 milhões de euros por Gustavo Gómez e de seis milhões de euros por Bruno Henrique. Juntos, eles poderiam render mais de R$ 180 milhões, mas a reposição no aspecto técnico ia ser incerta.
Na opinião da diretoria e da comissão técnica, é melhor manter o trio que tem experiência como profissional e já mostrou bom rendimento a apostar em jovens que se destacaram na base e têm o futuro incerto.
Nesta dinâmica, vendas como Luan Cândido e Vitão, que têm seu nome vinculado ao Barcelona, entram na categoria de nomes com potencial, mas que podem não vingar no futuro. Recentemente, transações que seguiram a mesma lógica foram feitas, como foi o caso de Fernando, vendido ao Shakhtar Donetsk por R$ 24 milhões.
O planejamento palmeirense também conta com as vendas dos jovens para manter a sua atuação de adquirir os destaques de outros times no Brasil e que, em tese, têm mais chance de vingarem, como já foi com Raphael Veiga, promessa do Coritiba em 2016, e Zé Rafael, Arthur Cabral e Matheus Fernandes, destaques de Bahia, Ceará e Botafogo, respectivamente. Até mesmo Ivan Angulo, contratado do futebol colombiano para as categorias de base, é citado como opção para o futuro.
Nessa tentativa, o Palmeiras fez pagamentos milionários por atletas que ainda não receberam muitas chances. Arthur Cabral e Matheus, por exemplo, não foram nem inscritos no Campeonato Paulista. Zé Rafael só pôde entrar em uma partida, assim como Raphael Veiga. Os questionamentos, inclusive, têm irritado Felipão.
Também há as apostas neste perfil que já entram em um grupo de nomes que dificilmente conseguirão justificar o investimento, como os zagueiros Juninho, do Coritiba, Emerson Santos, do Botafogo, e Erik, do Goiás. Para aumentar a lista de problemas, a diretoria também já pagou alto para contratar jogadores como Borja e Carlos Eduardo, que vivem questionamentos constantes.
Em sua defesa, a diretoria cita vendas de jogadores que foram bastante valorizados no passado. Em 2018, por exemplo, o time recebeu mais de R$ 150 milhões somando negociações como Roger Guedes, Yerri Mina, Keno e Tchê Tchê. A venda de Gabriel Jesus em 2016 por mais de R$ 120 milhões também é lembrada.
Como mostrou o UOL Esporte ontem, o Alviverde tem dívidas trabalhistas com vencimentos até agosto que podem chegar a R$ 100 milhões dependendo de cada acordo. Só a compra de Wesley, feita em 2012, representa hoje uma pendência de R$ 40 milhões. Também há a dívida com a Crefisa que passa de R$ 120 milhões.
Além disso, o Alviverde aumentou em aproximadamente R$ 1 milhão a folha salarial para manter nomes como Dudu e Bruno Henrique. Entram nesta conta também as renovações de Victor Luís e Thiago Santos.
Apesar das altas cifras, o Palmeiras mantém uma vida econômica saudável por conta de seu patrocínio que rende mais de R$ 100 milhões por ano e pode subir 30% dependendo de metas. A bilheteria, o Avanti e os direitos de televisão também são fontes de renda importante no clube. Vale destacar que o clube ainda pode fechar um acordo com a TV Globo e aumentar seus rendimentos.
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