Athletico: Atos de violência na Arena da Baixada serão culpa do TJD-PR
O Athletico Paranaense divulgou na tarde de hoje uma nota na qual 'repudiou veemente' a recente decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), que na última segunda-feira (25) puniu o clube rubro-negro por conta da 'torcida humana' implementada no clássico contra o Coritiba, dia 30 de janeiro, pelo primeiro turno do Campeonato Paranaense. O clube paranaense ainda antecipou a culpa para o TJD-PR em caso de novos atos de violência que possam vir a ocorrer em jogos que tenham a 'torcida humana'.
O presidente Luiz Sallim Emed recebeu uma suspensão de 360 dias, enquanto o Athletico foi multado em R$ 200 mil. Mandatário e clube foram condenados quatro vezes no mesmo artigo, o 223, por não reservar um local para os torcedores do Coritiba, não disponibilizar a carga de 10% de ingressos à torcida visitante, descumprir a liminar do TJD-PR para disponibilizar cinco pontos de venda de ingressos para os alviverdes e ainda impedir o uso do uniforme do arquirrival na Arena da Baixada.
"O Athletico vem por esta nota repudiar veementemente esta premeditada e teratológica decisão tomada pelos membros da 1ª Comissão Disciplinar do TJD-PR. O TJD-PR assumiu atribuição que não é sua para ir contra um projeto de iniciativa do Ministério Público Estadual e que busca a paz nos estádios. Para isto, organizou-se nos bastidores e realizou manobras ou malabarismos para punir o Athletico de qualquer jeito e no maior montante possível. Quis fazer valer uma condição que não está prevista no regulamento da competição ou na Lei", diz a nota.
"O Athletico antecipa que qualquer ato de violência que possa vir a ocorrer em jogos que tenham que se realizar com esta divisão de torcidas será responsabilidade exclusiva do TJD-PR", acrescenta o clube rubro-negro.
Como antecipou ontem o UOL Esporte, o departamento jurídico do Athletico Paranaense irá recorrer da decisão do TJD-PR e planeja ir até o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) caso seja necessário. Antes, haverá recurso ao Pleno do TJD-PR.
Entenda a polêmica
Antes do clássico, vencido pelo Coritiba por 2 a 1, o clube alviverde buscou na Justiça Desportiva o direito de receber 10% dos ingressos e uma área reservada para a torcida visitante. O Atlhetico, com apoio do Ministério Público (MP-PR), descumpriu a decisão do TJD e manteve o modelo chamado 'torcida humana'. Com isso, os torcedores do Coritiba foram obrigados a assistir ao jogo descaracterizados, e em meio aos rubro-negros.
Na prática, o modelo da 'torcida humana' consiste em torcedores de outras equipes que forem à Arena da Baixada não poderem entrar com a camisa de seus clubes e não terem um espaço reservado separadamente para acompanhar aos jogos.
O Athletico Paranaense argumenta que o modelo "torcida humana" vem funcionando bem desde o ano passado. Já de acordo com o MP, o formato com torcida única tenta reduzir a violência e otimizar o trabalho da Polícia Militar.
No clássico contra o Coritiba, porém, houve briga em terminal de ônibus, três detenções e confusões esparsas entre torcedores dentro do estádio do Athletico.
Veja a nota de repúdio do Athletico:
O Athletico Paranaense foi surpreendido, na última segunda-feira (25), pela decisão proferida pelos membros da 1ª Comissão Disciplinar do TJD-PR (Dr. Rodrigo Fedatto, Dr. Gabriel Sprea Torquarto e Dr. Leonardo Reichmann Moreira Pinto), envolvendo a partida entre o Athletico e o Coritiba Foot Ball Club.
O Athletico foi penalizado por quatro condutas, que na verdade é uma só, com uma pena de 200 mil reais (metade da quantia que o Athletico recebeu pela cessão dos direitos de televisionamento de todo o campeonato). Já o presidente do Conselho Administrativo, Luiz Sallim Emed, recebeu uma pena de suspensão por 360 dias (quase 1 ano), o que sequer era pedido do Procurador Geral do TJD-PR, Dr. Pedro Henrique Val Feitosa.
As acusações ao Athletico foram de promover a venda de vouchers ao invés de ingressos; não disponibilizar cinco pontos de venda de ingressos; não destacar setor reservado à torcida visitante; e restringir o acesso de torcedores visitantes portando vestimentas.
Por sua vez, a acusação ao presidente Luiz Sallim Emed foi a de descumprir decisão da Presidência do TJD-PR proferida na antevéspera da partida.
Sem adentrar aos aspectos legais da medida intentada pelo Procurador Geral do TJD-PR (que sequer deveria ser recebida), bem como da decisão tomada pelos auditores acima nominados (sem lastro, de forma desproporcional e em contrariedade à Lei), o Athletico vem por esta nota repudiar veementemente esta premeditada e teratológica decisão tomada pelos membros da 1ª Comissão Disciplinar do TJD-PR.
Na verdade, o TJD-PR assumiu atribuição que não é sua para ir contra um projeto de iniciativa do Ministério Público Estadual e que busca a paz nos estádios. Para isto, organizou-se nos bastidores e realizou manobras ou malabarismos para punir o Athletico de qualquer jeito e no maior montante possível. Quis fazer valer uma condição que não está prevista no regulamento da competição ou na Lei.
Dentro deste contexto, o Athletico antecipa que qualquer ato de violência que possa vir a ocorrer em jogos que tenham que se realizar com esta divisão de torcidas será responsabilidade exclusiva do TJD-PR.
O Athletico não admite ser prejudicado desta maneira, sendo reconhecidamente o clube do futebol brasileiro que mais investe e se preocupa com o combate à violência e o retorno das famílias ao estádio.
Deste modo, informa aos seus Sócios e torcedores que adotará todas as medidas jurídicas cabíveis para que esta injusta punição seja revertida o mais breve possível.
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