Fernandinho ganha apelido inusitado no City: "assassino sorridente"
Poliglota, Fernandinho consegue se virar com desenvoltura em cinco idiomas: português, espanhol, italiano, russo e inglês. É por isso que, ao cruzar a zona mista do Etihad Stadium, sem qualquer auxílio de um tradutor, ele para, encara a imprensa local com tranquilidade e logo é desarmado com uma gargalhada ao ser perguntado sobre o apelido que ganhou por seu desempenho no Manchester City: "smiling assassin" - em tradução literal, assassino sorridente.
A expressão foi cunhada pelo ex-defensor do Arsenal Martin Keown, que trabalha como comentarista hoje em dia para a BBC e outros veículos. Em uma de suas colunas, o ex-jogador fez um diagnóstico sobre como Fernandinho virou peça-chave e um dos nomes mais elogiados por Pep Guardiola (eleito recentemente como o melhor técnico do mundo pelos leitores do UOL Esporte) no City. O brasileiro domina a arte do meio-campo como poucos. Na maioria das vezes, desarma os adversários sem faltas. E mesmo quando é flagrado pelo árbitro, arranja uma forma de escapar ileso, sem qualquer cartão.
O seu segredo? Reagir sempre sorrindo à marcação.
Perguntado recentemente sobre o que havia achado da fama para lá de inusitada, Fernandinho, que tem Tite como um dos fãs de seu futebol, esbanjou a mesma simpatia que, aparentemente, faz sucesso também nos gramados.
"Por quê [esse apelido]? Eu sou um cara legal", respondeu, com um sorriso, claro, no rosto. "Eu dou risada porque sou feliz. Veja bem, eu já ouvi o que tem sido dito a meu respeito, mas, na maior parte do tempo, eu recupero a bola sem fazer falta. É parte do meu trabalho corrigir as coisas no meio do campo e às vezes você pega jogadores que são mais rápidos que você ou que podem batê-lo com algum drible e faz a falta".
"No futebol, o contato é normal, especialmente aqui, na Inglaterra. Se os adversários superam nossa linha de marcação e chegam até a nossa área, algo está errado e, como volante, sou eu quem tem que consertar isso", completou.
Guardiola já foi acusado de instruir seus atletas a cometerem as chamadas faltas táticas para impedir os rivais de avançarem perigosamente em seu campo. Entre os apontados para carregar essa função, Fernandinho surge sempre entre os mais citados. O técnico catalão, no entanto, já saiu em sua defesa e desmentiu qualquer orientação nesse sentido.
Ao longo da temporada, em 35 partidas disputadas, o brasileiro acumula apenas nove cartões amarelos, cinco deles na Premier League. É o mesmo número, por exemplo, que leva o compatriota Bernard, que atua mais avançado no Everton.
Não surpreende, portanto, o prestígio que o volante, que fará 34 anos em maio, goza em Manchester, reverenciado e carregando o status de insubstituível em sua equipe. Algo que se comprova essencialmente na prática, já que o City não possui, mesmo, um substituto para a posição. O português Rúben Neves, do Wolves, é cotado para se juntar ao grupo e preencher esse vazio na próxima temporada.
Enquanto isso não acontece, como já afirmou uma vez, o comandante catalão reza todos os dias para Fernandinho não se lesionar.
Quando isso aconteceu no fim de 2018, o time perdeu de forma consecutiva para os modestos Crystal Palace e Leicester City e sofreu um baque em sua caça ao bicampeonato. Agora, convive mais uma vez com o fantasma: o número 25 se queixou de dores ao fim do jogo que valeu o título da Taça da Liga Inglesa, contra o Chelsea, no fim de semana, e deve desfalcar a equipe por cinco partidas.
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