Sirene do Corinthians tocou até para Paulo Nunes e virou briga política
O Corinthians relembrou ontem a época em que a sirene do Parque São Jorge era usada para anunciar contratações do time. Ao confirmar a chegada do zagueiro uruguaio Bruno Méndez, o clube postou uma mensagem no Twitter com imagens da sede social e o som do objeto ecoando.
Tradição no clube, a sirene chegou a virar motivo para briga política nas décadas passadas, além de ser usada em vários tipos de contratações, como as de Paulo Nunes, Ronaldo, Tevez, Edmundo, Nilson, Neto, Denys e Sócrates.
A sirene, criada em 1968, na gestão de Wadih Helu, soou pela primeira vez no Parque São Jorge na vinda do atacante Paulo Borges. Na ocasião, o jogador chegou do Bangu e meses depois fez jus à festa ao marcar um gol na vitória contra o Santos, responsável pela queda do tabu de 11 anos sem ganhar do rival pelo Paulista.
Instalada em um ponto estratégico na sede social do clube, no alto do bar da torre, a sirene ganhou fama depois que Vicente Matheus chegou à presidência, em 1971. O som alto servia como um estopim para a comemoração dos sócios e até dos torcedores próximos. Foi assim com a dupla Palhinha (1977) e Sócrates (1978) e com outras dezenas de atletas menos conhecidos.
Em meados da década de 1980, sem a presença de Matheus no comando, a sirene caiu em desuso, servindo quase sempre apenas para informar aos funcionários do clube os horários de entrada, saída e almoço. Nos últimos 30 anos, o clube foi mais econômico em relação ao uso, com algumas situações bem peculiares, como chegadas de técnicos e reapresentação de atletas.
Novamente com Matheus como mandatário, Neto (1989), Denys (1989) e Mirandinha (1987), ex-atletas do Palmeiras, foram apresentados com o som da sirene ao fundo. Isso se repetiu com o atacante Nilson (1992), trazido na gestão de Marlene Matheus - nos dois com ela à frente do clube, o objeto foi colocado em funcionamento no retorno do técnico Nelsinho Baptista (1992) e na recepção do trio campeão mundial sub-20 com a seleção brasileira, Fabinho, Marcelinho Paulista e Hermes (1993).
Disputa política acirrada
Ao longo dos últimos anos, a política continuou a reger a sirene do Parque São Jorge. Na gestão Alberto Dualib, atletas com mais peso foram anunciados com a sirene - no começo de 1994, até mesmo a reapresentação de Rivaldo fez o clube optar pela utilização. Mais tarde, mais dois ex-palmeirenses receberam tal honraria, casos de Edmundo (1996) e até Paulo Nunes (2001).
Em seguida, a sirene ficou quatro anos parada, até a contratação do trio Tevez, Mascherano e Sebá Domínguez, em 2005. Dali a três anos, o motivo mais estranho fez o objeto tocar: a saída de Dualib do quadro de sócios, já na gestão Andrés Sanchez.
Antes de Bruno Méndez, a sirene tocou ao anunciar a contratação de Ronaldo, em dezembro de 2008. À época, houve resistência para que ela voltasse à tona, pois havia ainda uma forte ligação a Vicente Matheus - semanas antes, Marlene Matheus rompeu com Andrés por divergências políticas. À Folha de S. Paulo, Edu Ferreira, que hoje é do grupo de Andrés, disse que o "barulho dos fogos de artifício iria abafar o da sirene".
Situações em que a sirene foi usada
Paulo Borges 1968
Palhinha 1977
Sócrates 1978
Jorginho 1987
Neto e Denys 1989
Mirandinha 1991
Nilson 1992
Nelsinho Baptista 1992
Fabinho, Hermes e Marcelinho 1993
Marcelinho Carioca 1993
Recepção a Rivaldo 1994
Edmundo 1996
Paulo Nunes 2001
Tevez, Mascherano e Sebá 2005
Dualib deixa de ser sócio 2008
Ronaldo 2008
Bruno Méndez 2019
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.