Parceiro ideal de Pelé, Coutinho estreou pelo Santos aos 14 e fez 368 gols
A torcida do Santos e os fãs do futebol brasileiro ficaram mais tristes hoje com a notícia da morte de Coutinho. O ex-atacante do time da Vila Belmiro tinha 75 anos.
Nascido em Piracicaba (SP) no dia 11 de junho de 1943, Antônio Wilson Vieira Honório defendeu o Santos em duas passagens. A primeira, entre 1958 e 1967; a segunda, entre 1969 e 1970. Foram 457 jogos e 368 gols, marca que o coloca como o terceiro artilheiro da história santista. As informações são do site oficial do clube.
Quando chegou ainda adolescente à Vila Belmiro, o jogador foi aconselhado pelo radialista Ernani Franco a usar o apelido de Antoninho - uma homenagem ao meia Antônio Fernandes, apelidado também de Antoninho, destaque santista nas décadas de 1940 e 1950 e conhecido ainda como "o Arquiteto da Bola". O novato recusou e preferiu ser chamado de Coutinho - uma corruptela de seu apelido em Piracicaba, Cotinho.
A estreia com a camisa santista aconteceu em 17 de maio de 1958, em amistoso contra o Sírio-Libanês. Com 14 anos e 11 meses de idade, Coutinho tornou-se na época o jogador mais jovem da história do Santos a atuar pelo time principal, marca que ainda pertence a ele.
Naquele jogo, ainda fez um dos gols da vitória por 7 a 1. O Santos do técnico Lula atuou com Manga (Laércio); Getúlio (Pinduca) e Dalmo; Feijó, Ramiro e Fioti; Dorval, Álvaro, Guerra (Raimundinho), Jair Rosa Pinto (Coutinho) e Hélio. Jair (dois), Álvaro (dois), Dorval e Getúlio também balançaram as redes.
Em pouco tempo, Coutinho formaria com Pelé - que chegou ao time em 1956 - uma das parcerias mais vitoriosas da história do futebol mundial. Juntos, eles conquistaram no clube seis edições do Campeonato Paulista (1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), cinco da Taça Brasil, então Campeonato Brasileiro (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965), quatro do Torneio Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966), duas da Copa Libertadores (1962 e 1963) e duas do Mundial (1962 e 1963). Tornou-se, então, o "parceiro ideal" de Pelé.
"O que eu tenho que agradecer a ele é que 50% dos gols que eu fiz no Santos foram em parceria com ele. Na tabela e no fato de ele me conhecer. Nessa vida, ninguém faz nada sozinho, se não tivesse parceiros à altura, nada acontece", disse Pelé, em declaração publicada pelo site do Santos em junho de 2018, na ocasião do aniversário de 75 anos do companheiro.
A estreia pela seleção brasileira também foi precoce. Em 9 de julho de 1960, foi titular do time comandado por Vicente Feola na derrota por 1 a 0 para o Uruguai. Convocado para a Copa do Mundo de 1962, não entrou em campo em decorrência de uma lesão; ainda assim, sagrou-se campeão nos gramados chilenos. Vavá assumiu sua vaga.
Após sua primeira passagem, Coutinho ainda defendeu Vitória e Portuguesa. De volta, despediu-se de vez do clube em 21 de novembro de 1970, no empate por 0 a 0 com o América-RJ pela Torneio Roberto Gomes Pedrosa, então Campeonato Brasileiro. Naquele jogo realizado no Parque Antártica, o Santos atuou com Cejas (Agnaldo); Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel Camargo e Turcão; Clodoaldo e Léo Oliveira; Árlem, Edu (Coutinho), Pelé e Abel. O técnico era Antônio Fernandes, o Antoninho.
Nos últimos anos de carreira como jogador, Coutinho ainda defendeu Atlas (México), Bangu e Saad (SP). Aposentado dos gramados, trabalhou como treinador nas décadas de 80 e 90, com passagens pelo próprio Santos e por equipes como Santo André e Bonsucesso.
Nos últimos anos de vida, morando em Santos, Coutinho negou autorização para ser perfilado no livro Os dez mais do Santos, lançado pelo jornalista Thiago Arantes em 2012. Por causa da diabetes, teve um dedo do pé amputado em 2014. Em janeiro de 2019, foi hospitalizado com um quadro de pneumonia, que chegou a leva-lo para a UTI.
A confirmação da morte veio na noite de hoje. A família trabalha para que o corpo seja velado na Vila Belmiro.
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