Dirigente vê Palmeiras sem "essência de formação", mas defende uso da base
O modelo de gestão do futebol do Palmeiras tem se mostrado vencedor nos últimos anos, mas nem por isso é alheio a críticas. O encaminhamento da venda de Luan Cândido ao Red Bull Leipzig (ALE) reforçou uma cobrança frequente de parte da torcida, que quer ver mais chances para jogadores das categorias de base. O gerente de futebol Cícero Souza, no entanto, vê o fato com naturalidade e até admite o clube sem uma "essência de formação" de atletas.
"O Palmeiras não carrega na base de sua história a essência de ser um clube formador", disse o dirigente em entrevista ao canal Fox Sports, defendendo que, neste cenário, o Alviverde tem evoluído nas categorias de base. "Melhoramos a estrutura da base em Guarulhos, trouxemos um coordenador do Vitória [João Paulo Sampaio, contratado em 2015], contratamos cinco olheiros, aproximamos centros formadores, qualificamos nossos treinadores, investimos em saúde, fomos à Europa, demos visibilidade", argumenta Cícero Souza.
A força da base palmeirense ficou mais do que clara em 2018, quando o time sub-20 foi campeão paulista e brasileiro e o sub-17 venceu o Paulista e o Mundial de Clubes. Nomes como Vitão, Luan Cândido, Alan e Rafael Papagaio passaram a ser muito conhecidos pelo torcedor, que deles esperava um sucesso meteórico como aconteceu com Gabriel Jesus. Na prática, porém, os garotos têm pouco espaço: Papagaio foi emprestado após jogar seis partidas; Luan tem venda acertada ao Red Bull Leipzig sem ter tido um minuto sequer como profissional; e os demais também nunca jogaram no time de cima.
"Hoje temos um nível de jogar muito alto", explica Cícero Souza. "Nosso modelo de gestão é ter um time profissional competitivo, e na base de tudo isso a gente precisa agir com receitas. Se um Gabriel Jesus sustentar a conquista do título, ele é um atleta de excelência, mantendo um time profissional competitivo, atendendo a exigência do torcedor", discursa.
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