Ferj quer "cachorro quente" para clubes e novo modelo de gestão no Maracanã
Provável gestora provisória do Maracanã até que o Governo do Rio de Janeiro encontre uma solução para o estádio, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) também comemorou o rompimento do contrato, assim como Flamengo e Fluminense.
A entidade defende um novo modelo baseado no diálogo entre os clubes e o poder público, e afirmou não ter interesse na exploração comercial do complexo, o que deve ser feito pelos grandes do Rio, segundo Rubens Lopes, presidente da entidade.
"É imprescindível conversa com os quatro grandes e, cito, principalmente o Flamengo, que puxa a fila. Tudo alinhado com o Governo. Defendemos um novo modelo de gestão. E ressalto que a Federação não tem interesse comercial no processo de ganhar dinheiro com cachorro quente, vendas, produtos. Queremos é colocar os clubes lá dentro com custo decente e torcedor no estádio", disse Lopes ao UOL Esporte.
O mandatário não entrou em detalhes sobre o modelo de gestão ideal a ser adotado daqui em diante, mas indicou que um novo acordo deve ser feito de maneira a não onerar os cofres das agremiações.
"A Ferj entende como positiva a decisão do Governo, é a vitória do futebol carioca e o objetivo é que o Maracanã dê resultado técnico e financeiro para os clubes e acesso ao torcedor. O resultado líquido do Maracanã é muito pequeno se comparado com as demais arenas de Copa do Mundo. Inadmissível, por exemplo, um clube como o Fluminense levar prejuízo nos jogos", opinou Lopes.
O governador Wilson Witzel alegou o não cumprimento de contrato do Consórcio Maracanã S.A. e ressaltou que a Odebrecht, principal acionista do complexo, está implicada na Operação Lava Jato. De acordo com o governador, débitos superiores a R$ 38 milhões -- parcelas de outorga que não teriam sido pagas pelas empresas que compõem o consórcio desde março de 2017-- foram responsáveis pelo rompimento contratual.
"Manter uma empresa condenada seria insustentável, a Copa América será realizada sem problema algum. É fundamental que tenhamos maior transparência nas despesas dos clubes com o Maracanã. Total transparência dos custos de operação do Maracanã. O que víamos era os nossos clubes preferindo jogar em outros estádios que, apesar de mais vazios, permitiam uma margem de lucros maior", disse Witzel.
Em nota oficial, a Maracanã S.A informou que "a empresa ainda não tomou conhecimento da íntegra do decreto do governo do Estado do Rio de Janeiro que cancela a concessão do Maracanã e do Maracanãzinho".
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