Discurso já não convence, e Tite encara "corneta" em pior fase na seleção
A seleção brasileira sob o comando de Tite começa a experimentar um estágio inédito na sua relação com a torcida. Depois da lua de mel inicial e (quase) certeza do hexa na Rússia, o sentimento agora é de reprovação ou, no máximo, de indiferença. Ninguém tem a paciência que o treinador gostaria de ver durante a sua renovação.
E mais: o discurso de Tite já não convence como antes. Termos como "performar com resultado" começam a cansar o público. Após o empate por 1 a 1 com o Panamá no último sábado (23), o comandante da seleção chegou a classificar o tropeço como "normal". Tudo parecia estar sob controle. Não para a torcida, que cansou do "titês" e ligou definitivamente a corneta.
Falta inspiração, criatividade... e mais gols
O treinador admitiu na sua coletiva de ontem que a equipe precisaria criar mais do que criou, mas disse que o desempenho não foi tão abaixo do que ele esperava, com exceção dos primeiros 45 minutos, quando o time tomou um "susto" com a linha de 5 armada pelo Panamá.
Depois de uma média de 2,16 gols por jogo até o jogo contra a Arábia Saudita, agora, o time vive uma fase de um gol por jogo nos últimos quatro compromissos.
Galvão Bueno se irrita. Casão e Júnior também
Um bom termômetro do povo brasileiro é Galvão Bueno. O narrador normalmente tem paciência com a seleção brasileira e torce mais do que ninguém durante as suas transmissões. Todo o amor pela amarelinha, no entanto, se transforma em uma senhora bronca quando o desempenho fica aquém do esperado. Diversos telespectadores compartilharam do mesmo sentimento do narrador da TV Globo.
E os dois companheiros de cabine endossaram o narrador. Os comentaristas Casagrande e Júnior não pouparam críticas. "Falta vida a essa seleção", disparou Casão.
Torcida elege vilão: Coutinho
Assim como Galvão, a torcida seguia sem paciência após o jogo. E o povo não demorou a escolher o vilão de um time sem inspiração. Philippe Coutinho.
Em baixa no Barcelona, o meia também não consegue retomar a boa fase verificada no início da Copa do Mundo da Rússia. E o torcedor quer ver aquele Coutinho de volta.
Renovação não decola
Uma das explicações de Tite para o desempenho abaixo do ideal da seleção brasileira é a renovação. O treinador deu chances para Éder Militão, Alex Telles e Lucas Paquetá. Ainda manteve as oportunidades a Arthur e Richarlison, que têm ganhado espaço após a Copa do Mundo. O treinador pediu paciência e afirmou que não pensa só em resultado.
"O que a gente procura? Vamos prolongar as oportunidades que estão surgindo. Eu poderia colocar uma equipe engrenada, entrosada. Mas queríamos dar oportunidades e não colocar peso excessivo nos atletas. O Militão foi bem, o Telles foi bem. A gente começa a fazer análises individuais. O Richarlison foi bem também, o Fagner foi bem", analisou.
Faltou protagonismo à seleção brasileira
A seleção brasileira sofreu também pela falta de um jogador que pegasse a bola e avisasse: "dá aqui que eu resolvo". Normalmente Neymar pega a bola e "vai para dentro" como gosta de dizer o treinador. Na ausência do camisa 10 por conta de lesão, a esperança era que Vinicius Júnior fizesse isso. Uma lesão também cortou o garoto. Em meio à renovação, sobrou para Richarlison tentar dribles dentro da área, uma vez que Coutinho, Roberto Firmino e Gabriel Jesus viveram noite pouco inspirada.
"Na última parte do gramado, a nossa característica é ir para dentro. Eu sempre falei que no último terço é drible. É a nossa característica. Não vou tirar isso, eu vou fomentar. Eu incentivo o Coutinho, mesmo se errando, a ir para cima. Incentivo o Everton. Eu vi o Richarlison fazendo isso. Essa é a ideia. Pode não ter acontecido (de faltar drible), mas a ideia é que eu fomente isso e eles tenham confiança", explicou.
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