Flu fortalece ações sociais em favela após violência e ameaças no CT
De olho no fortalecimento da política de boa vizinhança, o Fluminense tomou a iniciativa de estreitar os laços com a comunidade da Cidade de Deus, favela situada a metros do centro de treinamento do clube.
O local é cenário constante de operações policiais que já vitimaram moradores e interferiram diretamente na rotina dos jogadores do Flu, que já tiveram de treinar em outro local por conta de tiroteios na região. Em 2017, atletas tricolores chegavam a cumprir ordens da facção que comanda a região e sofriam com ameaças.
Após algumas tentativas espaçadas de marcar presença na favela, o Flu começa a alinhar um trabalho mais estruturados, com ações pontuais e um projeto que prevê a instalação de núcleos de escolinhas oficiais do clube. Os tricolores chegaram à conclusão de que têm o dever de ter um papel ativo com os vizinhos e, na última semana, promoveram a distribuição de 120 kits com produtos licenciados para bebês.
Além de exercer seu papel cidadão, o Flu entende que uma relação mais próxima fará com que o Tricolor tenha mais espaço para interlocução com os moradores e entidades. Além da implantação dos núcleos, o clube pretende levar crianças para o Maracanã, para a sede social e também para jogos do time feminino.
"A ação é totalmente no sentido de aproximação. Poderia ser em qualquer outra comunidade, mas nossos esforços estão voltados para lá. Queremos que eles nos vejam com bons olhos, a estratégia é criar um vínculo. Eles viam o Fluminense de uma forma distante", explicou Amanda Storck, gerente de relações institucionais tricolor.
A relação mais próxima sempre esbarrou em questões referentes ao domínio do tráfico de drogas no local, o que sempre dificultou a entrada e diálogo do clube na Cidade de Deus. A mudança de rumo nas conversas mudou com a aproximação de Leo Bezerra, que atua como um coordenador de diferentes ações na comunidade.
Em conversa com o clube, o professor, que é filho do célebre sambista Bezerra da Silva, se ofereceu para ajudar nesta tarefa. Bezerra, que faz questão de se dissociar de facções ou questões referentes à guerra pelo território, vibra com a entrada do Flu nas redondezas. Ele, que manteve um projeto esportivo no local, vê na iniciativa um pontapé inicia para um projeto que pode render bons resultados.
"Me coloquei à disposição para que a favela ouça e seja ouvida. Eu atuo em todo o território, passei a reunir os atores locais e havia uma dificuldade do clube se conectar lá. O Fluminense se dispôs a ir para o olho do furacão e as pessoas receberam isso de uma forma muito feliz. É importante que saibam que o Flu é parceiro, não é apenas uma entrega de material do clube pelos correios", disse Bezerra.
As partes já conversam com as autoridades competentes sobre a utilização de espaços pertencentes ao poder público. A ideia é que a primeira grande entrega seja o núcleo da escolinha na área do Karatê, considerada uma das mais problemáticas. O clube pretende levar olheiros das divisões de base para observar possíveis talentos, mas o Tricolor quer mesmo é ajudar a lapidar joias que não fiquem apenas restritas às quatro linhas.
Com salários em dia e animado pela reação no Fla-Flu, o elenco tricolor retoma hoje as atividades antes do reencontro com o rival Flamengo, quarta-feira, às 21h30, no Maracanã.
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